sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A dor e a delícia de ser da luta e do Banpará.

Colega do Banpará,

O Caetano Veloso que me perdoe a cópia, mas eu vou falar da dor e delícia de ser da luta e do Banpará.

Dor de ter ficado um ano sem parte do salário para permitir o equilíbrio do banco em 1998;

Delícia de driblar a metralhadora giratória de FHC e garantir o emprego, a sobrevivência da instituição e a nossa, enquanto trabalhadores e trabalhadoras.

Hoje, 30 de outubro de 2009, no dia de sacramentar o acordo coletivo que já é uma referência de avanços e conquistas pra todo o movimento sindical no país,lembro da dor de fazer greve com mais cinco guerreiras em 1987, para assegurar que tivéssemos um plano de saúde, o PAS que, após essa greve, saiu do papel e virou realidade. Hoje, em 2009, a gente firma no acordo coletivo que é preciso um plano de saúde mais abrangente e sem a co-participação doída dos 12,5%¨.

Aquela greve solitária em 1987 só serve para reafirmar o que disse o poeta Manuel Bandeira: "Eu quero é mais o delírio dos loucos"! As "loucas" eram: eu, Raquel Fonteles, Ana Paula Rezende, Salete Gomes e Dione Lourido.

Passamos por muitos sufocos. O sobressalto da intervenção do Banco Central no banco em 1987. A perda do salário em 1998. A luta pelo plano de saúde, a luta cotidiana no combate ao assédio moral e para ter mais segurança.

É com alegria e orgulho que vamos assinar um acordo coletivo que consagra direitos forjados na luta, na unidade e na capacidade de negociação das entidades sindicais.

Estamos de parabéns, nós que conhecemos bem de perto a dor e a delícia de ser Banpará. E estão de parabéns, o Sindicato, a FETEC-Centro Norte, a ContrafCUT e a nossa valorosa AFBEPA.

Amanhã, continua a luta por um mundo mais justo e menos desigual. Amanhã. Porque hoje à noite, é hora de estar lá, no Sindicato e conferir, de perto, a assinatura do acordo, uma lei construída pela luta de cada colega do nosso Banpará, patrimônio público que a força da luta manteve para ajudar a desenvolver o Pará. Esse acordo, essa lei é nossa!

Hoje, portanto, colega, é dia de comemorar. A nossa luta, a nossa unidade, a nossa conquista em arrancar o melhor acordo coletivo da categoria.

E vejamos porque o nosso acordo é o melhor:

· não houve desconto, compensação dos dias parados e qualquer retaliação aos grevistas que estiveram na linha de frente da luta;

· a PLR segue a Fenaban e amplia para 4% do lucro líquido, com distribuição linear e mais 2 tíquetes extras;

· o horário amamentação amplia para 270 dias e vai ser reinstalado o Comitê de Relações Trabalhistas, paritário e consultivo, com debate constante sobre o mundo do trabalho;

· entra no acordo a síntese do debate travado para a construção do novo plano de saúde que, tão logo implantado, enterrará aqueles 12,5% de co-participação que tanto doem no orçamento dos que adoecem ou precisam fazer exames caros.

· Segue integralmente a Fenaban.

Um grande abraço, com o sabor quente da ternura (como diz Thiago de Melo)

Vera Paoloni

Func. Banpará e diretora FETEC-CN

2 comentários:

  1. A memória é o útero da história. Sinto orgulho de ter feito parte da história dos bancários do Pará e parabenizo os companheiros, cuja luta tem produzido tantas lideranças expressivas .
    Edir Gaya
    Jornalista

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  2. Gaya,

    A categoria bancária no Pará e Amapá é que agradece a participação do prezado em tantas lutas travadas e que precisaram, como precisam, de um olhar crítico e tradutor da reaidade, como o teu.
    Bom feriado,

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