terça-feira, 31 de julho de 2012

Agora vai! Categoria bancária no Pará referenda a minuta nacional. Banqueirada recebe a pauta dia 1º/8. Que venha agosto!

 A pedida da categoria bancária em 2012: 10,25% de reajuste, PLR e piso maiores, tíquete de R$ 1.244,00, fim das metas abusivas, mais emprego e igualdade de oportunidades.
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Em assembleia geral, ontem à noite, no Sindicato dos Bancários do Pará, a categoria no Pará aprovou o referendo à minuta geral de reivindicações, que será entregue aos banqueiros pelo nosso Comando Nacional nesta quarta-feira, 1º de agosto, às 15 horas, em São Paulo. A proposta de referendar a minuta pasosu por ampla maioria e após 10 inscrições de defesas a favor e contra. O ponto principal de debate foi o índice.

Com a entrega da minuta e o início das negociações já marcada para 7 e 8 de agosto, começa oficialmente a campanha nacional 2012, processo que inicou com a realização das conferências regionais, estaduais e nacional, além de encontros específicos dos bancos: Banpará, BB, Caixa. O do Basa será dia 11.

No Pará, amanhã será a abertura oficial da campanha, com carro de som e sindicalistas percorrendo o corredor da Avenida Presidente Vargas, a partir das 9 horas, concentrando na Escadinha do Cais do Porto e subindo a avenida, que tem as matrizes do BASA, Banpará, além da Caixa ,BB e bancos privados.


A agenda bancária em agosto
  • Dia 1º de agosto, 4ª-feira -  às 15 horas, Comando entrega da pauta de reivindicação aos banqueiros, em SP. Às 10 horas, na sede da ContrafCUT, reunião preparatória com o Comando Nacional, na sede da ContrafCUT. Carlos Cordeiro coordena o Comando.// Pela manhã, sindicalistas bancários do Pará abrem a campanha nacional.
  • 6 de agosto/Banpará - data indicativa de entrega da minuta específica à direção do Banpará, em Belém. Seeb-Pa já enviou ofício ao Banpará solicitando a data. Na reunião será definido o calendário de negociações do que foi aprovado no 9º encontro do Banpará, construído com a categoria e suas entidades: Sindicato.Pará, FETEC-CN, ContrafCUT e Afbepa. A ideia do movimento é que a 1ª reunião específica com o Banpará ocorra entre as duas datas de negociação nacional (7 e 8 e 15 e 16).
  • 7 e 8 em SP, primeira rodada de negociação entre nosso Comando Nacional e os banqueiros. BASA/11, sábado - Congresso Nacional dos Empregados do BASA, em Belém. Após o Congresso, será entregue à direção do banco a pauta específica de reivindicações e definido o calendário de negociações. 
  • 11/8 em Belém - Congresso Ncaional dos Empregados do BASA, que aprovará a pauta específica. Em seguida, será definido com o banco o calendário de negociações.

  • 15 e 16, em SP, segunda rodada de negociação entre nosso Comando Nacional e os banqueiros.
Por ampla maioria, categoria bancária no Pará aprovou ontem à noite o referendo à minuta nacional da categoria. Comando Nacional protocola a pauta geral amanhã à tarde, em Sampa, junto à Fenaban. (Foto: Alan Tomaz, Seeb.Pa)

Alan Rodrigues, secretário geral do Seeb-Pa e funci Caixa, defende a minuta e a democracia do movimento que construiu a pauta em encontros específicos, nas conferências estaduais e na nacional.
Marco Aurélio Vaz, diretor não-liberado e funci BASA, também defende a unidade da categoria e a minuta nacional: pra avançar nos direitos, não podemos nos isolar. Marco esteve na Conferência Nacional, em Curitiba.PR.

Vera Paoloni, diretora FETEC-CN e CUT.Pa, funci Banpará, também defende a minuta, pois o que mede nosso avanço é a combinação da luta e da estratégia e força da mobilização. (Foto: Fernando Bosco)

 Vera: só ampliaremos a s conquistas mantendo a unidade e a luta que têm sido vitoriosos nos 20 anos de CCT - Contrato Coletivo de Trabalho. A ordem do movimento é: manter a unidade na luta e ganhar na estratégia e mobilização! ( Foto: Fernando Bosco)
A aprovação do referendo à minuta nacional, vista de outro ângulo. (Foto de Allan Tomaz, do Seeb-Pa).


Confira as principais reivindicações da pauta geral: 
  • Reajuste salarial de 10,25%, o que significa 5% de aumento real acima da inflação projetada de 4,97% nos últimos 12 meses.
  • PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos.
  • Piso de R$ 2.416,38 - Salário de ingresso da categoria equivalente ao salário mínimo do Dieese (R$ 2.416,38). Hoje o piso de ingresso é de R$1.400,00.
  • Tíquetes (R$ 1.244,00) - Auxílio-refeição e vale-alimentação, cada um igual ao salário mínimo nacional (R$ 622,00).
  • Mais segurança nas agências e postos bancários.
  • Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral para preservar a saúde dos bancários. Contratação total da remuneração, o que inclui a renda variável.
  • Cumprimento da jornada de 6 horas para todos.
  • Auxílio-educação para graduação e pós-graduação.
  • Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
  • Previdência complementar para todos os bancários.
  • Emprego: aumentar as contratações, acabar com a rotatividade, fim das terceirizações, aprovação da Convenção 158 da OIT (que inibe demissões imotivadas) e universalização dos serviços bancários.
  • Igualdade de oportunidades.

domingo, 29 de julho de 2012

Toquem os tambores: banqueiros recebem nossas reivindicações dia 1º/8 e no dia 6 é a vez do Banpará. Confira a agenda da luta

Bancários exigem reajuste de 10,25%, PLR e piso maiores, tíquete de R$ 1.244,00, mais segurança e mais emprego
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Toquem os tambores!A campanha nacional dos bancários e bancárias já começou e toma mais ritmo a partir de 1º de agosto, quando a banqueirada em SP recebe do nosso Comando a pauta geral de reivindicações da categoria. E aqui, negociação específica no Banpará e Basa.

Confira a agenda:
Dia 30, em Belém, assembleia geral da categoria bancária no Pará, às 7 da noite, para referendar a minuta específica a ser entregue dia 1º/8 aos banqueiros. O Comando Nacional é coordenado pelo companheiro Carlos Cordeiro, presidente da ContrafCUT e o Sindicato dos Bancários do Pará integra o Comando. Essa é a mesa geral da negociação. E nos bancos públicos, ocorrem as mesas específicas (Banpará, BASA, Caixa, BB, BRB, Banrisul, BNB,BNDES).

Caixa - Ainda no dia 30, em Brasília , às 15 horas, ContrafCUT e direção da Caixa se reúnem para definir o calendário específico da Campanha Nacional. Aqui, um resumo das reivindicações na Caixa.

Segurança - Dia 30, em São Paulo, a 3ª reunião temática de Segurança Bancária entre ContrafCUT e Fenaban.

Dia 1º de agosto, 4ª-feira -  às 15 horas, Comando entrega da pauta de reivindicação aos banqueiros, em SP. Às 10 horas, na sede da ContrafCUT, reunião preparatória com o Comando.

6 de agosto/Banpará - data indicativa de entrega da minuta específica à direção do Banpará, em Belém. E aí se definirá o calendário de negociações do que foi aprovado no encontro do Banpará, construído com a categoria e suas entidades: Sindicato, FETEC-CN, ContrafCUT e Afbepa.

7 e 8 - em SP, primeira rodada de negociação entre nosso Comando Nacional e os banqueiros.

BASA/11, sábado - Congresso Nacional dos Empregados do BASA, em Belém. Após o Congresso, será entregue à direção do banco a pauta específica de reivindicações e definido o calendário de negociações.


15 e 16 - em SP, primeira rodada de negociação entre nosso Comando Nacional e os banqueiros.

Confira as principais reivindicações da pauta geral:
  •  Reajuste salarial de 10,25%, o que significa 5% de aumento real acima da inflação projetada de 4,97% nos últimos 12 meses.

  • PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos.

  • Piso de R$ 2.416,38 - Salário de ingresso da categoria equivalente ao salário mínimo do Dieese (R$ 2.416,38). Hoje o piso de ingresso é de R$1.400,00.

  • Tíquetes (R$ 1.244,00) - Auxílio-refeição e vale-alimentação, cada um igual ao salário mínimo nacional (R$ 622,00). 

  • Mais segurança nas agências e postos bancários.

  • Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral para preservar a saúde dos bancários.

  • Contratação total da remuneração, o que inclui a renda variável.

  • Cumprimento da jornada de 6 horas para todos.

  •  Auxílio-educação para graduação e pós-graduação.

  • Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

  • Previdência complementar para todos os bancários.

Chamadinhas da campanha nacional 2012 da mídia dos bancários. Dia 1º/8 entra no ar.
  • Emprego: aumentar as contratações, acabar com a rotatividade, fim das terceirizações, aprovação da Convenção 158 da OIT (que inibe demissões imotivadas) e universalização dos serviços bancários.   
  •  Igualdade de oportunidades. 

A campanha nacional de mídia dos bancários entra no ar dia 1º. Até lá, ContrafCUT, FETEC_CN e Sindicatos vão fazendo as chamadinhas (teaser).
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Vai Brasil! Parabéns à atleta-ouro Sarah Menezes e aos atletas Kitadai e Thiago Pereira (bronze judô e prata natação). 45% da nossa delegação presente nas Olimpíadas têm Bolsa-Atleta!

domingo, 22 de julho de 2012

Dia 1º/8 ContrafCUT põe na mão da banqueirada as nossas reivindicações: 10,25% de reajuste, PLR e piso maiores, emprego, segurança e fim das metas abusivas

Dia 1º/8, em SP, o presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlso Cordeiro, entrega à banqueirada as reivindicações da categoria bancária, aprovadas na 14ª Conferência Nacional, que terminou hoje em Curitiba/PR, após conferências regionais e estaduais em todo o país.

Então, terminado o mês de julho, a categoria bancária entra firme numa fase bem intensa da campanha, que é a série de rodadas de negociações com banqueiros. 
Dia 1º, entrega da minuta geral e primeiras negociações já marcadas: dias 7 e 8 de agosto e e 15 e 16 de agosto.Em São Paulo, com a Fenaban.

No Pará, no início de agosto, entregaremos as pautas específicas do Banpará e BASA. Aqui, nesses dois bancos, haverá mesas específicas de negociação e o congresso do BASA ocorre dia 11 de agosto, em Belém. Haverá específicas no BB e Caixa, estas em Brasília.
Categoria aprova reivindicações e pauta a banqueirada. 672 delegados/delegadas e observadores participaram  da 14ª Conferência em Curitiba/PR. Foto: Leandro Taques/ContrafCUT

Confira as principais reivindicações dos bancários e bancárias, publicadas no site da ContrafCUT:

  • Reajuste salarial de 10,25%, o que significa 5% de aumento real acima da inflação projetada de 4,97%.

  • PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos. 
  •  Piso da categoria equivalente ao salário mínimo do Dieese (R$ 2.416,38). 
  •  Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários. 
  •  Auxílio-educação para graduação e pós-graduação. 
  •  Auxílio-refeição e vale-alimentação, cada um igual ao salário mínimo nacional (R$ 622,00). 
  •  Emprego: aumentar as contratações, acabar com a rotatividade, fim das terceirizações, aprovação da Convenção 158 da OIT (que inibe demissões imotivadas) e ampliação da inclusão bancária. 
  •  Cumprimento da jornada de 6 horas para todos.
  •  Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral para preservar a saúde dos bancários. 
  •  Mais segurança nas agências e postos bancários. 
  •  Previdência complementar para todos os trabalhadores.

  • Contratação total da remuneração, o que inclui a parte variável da remuneração. 
  •  Igualdade de oportunidades.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

HSBC flagrado em lavagem de dinheiro./ Governo precisa baixar a taxa SELIC rapidamente a 5%, tabelar serviços bancários e fazer já a Conferência Nacional do Sistema Financeiro

Uma investigação do Senado dos Estados Unidos flagrou o HSBC britânico com a boca na botija de lavagem de dinheiro em operações procedentes do tráfico de drogas e o financiamento do terrorismo. A investigação revelou como o fraco controle sobre o HSBC fez com que o maior banco europeu ficasse vulnerável ao dinheiro sujo de todo o mundo, funcionando, muito provavelmente, como uma lavanderia de dinheiro.

O anúncio provou a queda de um alto executivo do HSBC, que renunciou ao cargo nesta terça 17.

A falta de regulação dos bancos tem sido sistematicamente denunciada pela  ContrafCUT. A valorosa Confederação cutista que neste final de semana reúne em Curitiba 700 delegados e delegadas em conferência nacional,  tem pregado no deserto sobre a urgente necessidade de regulamentação do sistema financeiro e que esse aregulamentação implica em maior controle social e que a sociedade debata amplamente o que quer dos bancos e do sistema financeiro. A ContrafCUT tem proposto ao governo que faça uma Conferência Nacional do Sistema Financeiro. E que a sociedade diga o quer dos bancos e como quer o serviço bancário e quanto aceita pagar de juros e tantas taxas escondidas por essa prestação de serviço.

Aliás, a taxa anualizada de juros caiu muito pouco de abril para maio: de 106,99% ao ano para 105,36%. No artigo a seguir, publicado no blog do Zé Dirceu, o engenheiro e mestre em finanças públicas, Amir Khair diz que o  governo precisa tomar medidas para forçar de verdade a concorrência entre os bancos. E propõe medidas como o tabelamento dos serviços bancários; baixar a Selic mais rapidamente a 5% ao ano, que é a média dos países emergentes.

“Governo precisa gerar concorrência de fato entre os bancos”

Nas palavras do engenheiro e mestre em finanças públicas pela EAESP/FGV, Amir Khair, depois de tanta fumaça promovida por iniciativas do governo de baixar os percentuais no crédito à pessoa física pelos bancos públicos, mesmo com o crescimento da participação destes (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, principalmente) para um pouco mais de 40% no crédito às pessoas físicas, há muito pouco fogo. 

Veja os números: a taxa anualizada dos juros pagos pelas pessoas físicas que recorrem a empréstimos no Brasil caiu muito pouco de abril para maio – de 106,99% ao ano para 105,36%. Mas, pior que isso, voltou a subir para 105,82% de maio para junho.

Pode até parecer piada, diz Amir, que foi secretário de Finanças da Prefeitura de São Paulo (1989/92), na gestão da ex-prefeita Luíza Erundina. Mas não é. E só há um jeito de fazer essas taxas, que ele qualifica como exorbitantes, caírem realmente a patamares razoáveis: aumentando a concorrência no mercado de crédito, uma das travas fundamentais que têm que ser removidas para a economia brasileira voltar a crescer, diz Khair.

“A receita é simples”, explica, de forma didática, o especialista. “Utilizar os bancos públicos para fazer baixar as taxas de juros no crédito ao consumidor tem dado um resultado muito pequeno.  

O governo precisa tomar medidas para forçar de verdade a concorrência entre os bancos”. Como fazer isso?
Como os bancos ganham dinheiro
“Os ganhos dos bancos vêm essencialmente de três fontes. A primeira é a das tarifas bancárias para a prestação dos serviços aos correntistas. São escorchantes. A segunda é o que se chama ‘ganhos de tesouraria’, que é a rolagem da dívida pública e está atrelada à taxa Selic. Mesmo com as reduções promovidas pelo Banco Centralo, ainda é uma das mais elevadas do mundo. A terceira, do crédito, cujas taxas ainda são muito altas”, diz.

Segundo Khair, para obrigar os bancos a concorrerem entre si, não adianta falar para a imprensa que eles precisam fazer isso, coisa que não comove em absoluto os banqueiros. Tem que “secar” as duas primeiras fontes de receitas, para que eles corram atrás dos clientes tentando emprestar dinheiro a eles. Daí sim, viria a concorrência.

Assim, o governo deveria tabelar os serviços bancários, acabando com a festa atual, em que os bancos cobram o quanto querem e ganham fábulas de dinheiro com isso. Em segundo lugar, o governo deveria baixar a Selic mais rapidamente, para algo como 5% ao ano, que é a média dos países emergentes. Assim os bancos não engordariam suas receitas via tesouraria. Tomadas essas duas medidas, aí sim haveria concorrência efetiva, diz o especialista em finanças públicas.

Descobrir o que é fumaça e o que é fogo


A pergunta é inevitável: o que aconteceu afinal com tudo o que foi escrito nos jornais e falado nos telejornais sobre a redução dos juros ao tomador?

“Os juros que o banco realmente cobra, inclusive os bancos públicos, não é aquele que ele informa ao Banco Central ou que sai publicado nos jornais. No final das contas, o tomador vai estar sentado em frente ao gerente do banco, este vai olhar para a cara dele e decidir quanto vai cobrar de juros. Esses juros, que são os juros reais, aparecem no relatório mensal da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (ANEFAC)”, explica Khair.

Quem quiser fazer a experiência, basta clicar aqui e entrar na área dos relatórios mensais da ANEFAC sobre os juros na economia brasileira.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Chapa 1 vence eleições nos bancários Ceará. Parabéns, ContrafCUT. É muito bom ganhar e melhor ainda quando se ganha com UNIDADE!!!!

O companheiro Carlos Eduardo (BB) é o presidente reeleito dos bancários Ceará. Com 3.265 votos, contra 2.591, a chapa 1  venceu as eleições no Ceará, atuando em conjunto CUT e CTB e com paoio da categoria.

Ponto pra unidade, ponto pra categoria que consagrou nas urnas a melhor escolha, o melhor caminho. Ponto para a coordenação da campanha da chapa 1. Ponto pra Articulação Bancária e para nossa valorosa ContrafCUT.

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De 9 a 13, o Congresso Nacional da CUT

Por uma primavera de lutas e conquistas

É grande e qualitativa a delegação do Pará que vai participar do 11º Congresso Nacional da CUT, a ser realizado em São Paulo, de 9 a 13 de julho. São 80 delegdos e delegadas e oito observadores e observadores, incluindo rurais e urbanos. 

Logo em seguida, ao 11º CONCUT, a categoria do ramo financeiro fará sua conferência nacional, em Curitiba-PR, de 20 a 22 de julho. 

Para ambos os eventos fundamentais dos rumos da classe trabalhadora, destacamos este  artigo, do companheiro bancário Jacy Afonso,publicado originalmente no sítio da CUT Nacional:

Que o Congresso nos traga uma PRIMAVERA SINDICAL e um novo vigor para sacudir as velhas e cansadas práticas; que ele afaste o desânimo, o conformismo e a acomodação e desperte com força redobrada nossa capacidade de indignação com as injustiças e nossa capacidade de sonhar e de lutar por uma nova sociedade, para podermos alavancar as mudanças que se desenham à nossa frente.

o período de 09 a 13 de julho, realizaremos nosso 11º CONCUT. Em meio aos debates da Rio +20, que mobilizam todo o planeta na discussão do desenvolvimento sustentável e colocam a questão do emprego como um dos temas centrais; em meio à crise internacional que coloca em risco direitos e conquistas históricas dos trabalhadores; em meio às contradições da política econômica brasileira que traça estratégias de incentivo ao crescimento, mas peca na implementação de políticas que garantam a sustentabilidade deste mesmo crescimento a partir da distribuição da renda e da participação do trabalhadores na definição dos rumos do país, a CUT reunirá sua instância máxima de decisão e definirá sua estratégia de ação para os próximos anos.

Vivemos dias de efervescência, dias em que a informação circula numa velocidade estonteante, sabemos de tudo que acontece em tempo real, dias de verdadeira ebulição social, em que a mobilização popular traz novos ventos e coloca em xeque velhas práticas políticas. Dias ricos em possibilidades, tempos de mudanças e de grandes oportunidades para avançarmos em direção à transformação social.

Dentre as muitas premissas para a construção da necessária nova ordem social e econômica, quero destacar duas que nos dizem respeito diretamente: a ampliação da participação e do controle popular e uma ação protagonista da classe trabalhadora na inversão da lógica da acumulação para uma nova dinâmica de corresponsabilidade entre os diversos atores sociais em busca da sustentabilidade, com trabalho decente, ampliação de direitos e proteção social, com distribuição da riqueza.

Porém, se quisermos ser sérios e consequentes em nosso discurso, sem transformá-lo em mera retórica, se quisermos, de fato, liderar os trabalhadores e trabalhadoras nesse processo, precisaremos enfrentar com coragem e ousadia o desafio de renovar nossa ação sindical. Precisamos estimular a reflexão criativa à luz dos princípios históricos. Não podemos permitir que o pragmatismo e as velhas práticas contaminem e comprometam nossa atuação, nos levando à acomodação.  O Congresso da CUT, neste contexto histórico particular, pode ser um momento privilegiado para a busca de novos caminhos, para renovarmos nossa disposição para uma ação sindical transformadora.

O Brasil tem um papel importante no cenário internacional e a CUT pode ter um papel determinante na definição do futuro do país nesta encruzilhada do processo histórico. Temos a responsabilidade de disputar a construção de uma nova matriz de produção no Brasil a partir da luta sindical e da mobilização popular.

Esta nova matriz passa pela mudança na política para o campo, a partir de uma estratégia focada na segurança alimentar que não seja subjugada pela produção e exportação de matéria prima. Isto exige o fortalecimento e uma ação mais contundente do sindicalismo rural. Precisamos urgentemente definir uma estratégia de organização sindical dos rurais que lidere a unificação das forças progressistas do campo.

Precisamos garantir um olhar estratégico para as políticas de infraestrutura para que elas possam induzir não apenas o crescimento, mas o desenvolvimento. Para tanto, precisamos garantir uma diversificação dos investimentos em transporte, com a ampliação e o fortalecimento da estrutura dos diversos modais consolidando uma malha moderna e eficiente que cubra todo o território nacional. A infraestrutura de transporte do Brasil não deve ser pensada prioritariamente para atender as necessidades do capital, mas sim as condições necessárias para o desenvolvimento sustentável.

O crescimento da construção civil deve garantir ampliação de direitos e melhores condições de trabalho, em especial de saúde e segurança, para os trabalhadores do setor. Ao mesmo tempo, este crescimento deve ter responsabilidade com o desenvolvimento regional, cuidando para que os impactos socioambientais sejam mitigados e que as obras gerem desenvolvimento local. Precisamos fortalecer nossa intervenção na Mesa Nacional da Construção Civil e investir na construção do contrato coletivo nacional da categoria.

É precondição básica para o desenvolvimento, o investimento em novas tecnologias, na formação e na qualificação profissional do povo brasileiro. Precisamos fazer a diferença na luta pela educação no Brasil. Temos entidades fortes e representativas que devem atuar de maneira articulada em todos os espaços de disputa por políticas públicas sólidas para a Educação, no setor público e no setor privado, no ensino fundamental e médio, no ensino superior, na qualificação profissional e na inovação tecnológica.

No setor financeiro, devemos intensificar a pressão pela reforma tributária e pela regulamentação do sistema financeiro, fortalecendo a organização de Ramo e exercendo uma ação sindical aliada à pressão popular pela ampliação das conquistas para os trabalhadores do setor e pelo compromisso dos bancos públicos e privados com o desenvolvimento do país. É fundamental, ainda, liderarmos um processo de articulação social para a realização da Conferência Nacional do Sistema Financeiro e Justiça Fiscal.

Vamos iniciar uma nova gestão preparados para enfrentar os desafios que estão à nossa frente. Vamos conclamar nossos sindicatos, federações e confederações para uma jornada nacional de lutas, num movimento estratégico que articule a ação da CUT Nacional e das Estaduais com a pauta das categorias, tendo no horizonte as eleições municipais do segundo semestre. Esta é uma ação urgente e cabe à CUT liderar este processo. Vamos sair do 11º CONCUT unidos com um Plano de Lutas que seja uma cartilha na mão da nossa base, fortalecidos para uma ação sindical renovada.

Que o Congresso nos traga uma PRIMAVERA SINDICAL e um novo vigor para sacudir as velhas e cansadas práticas; que ele afaste o desanimo, o conformismo e a acomodação e desperte com força redobrada nossa capacidade de indignação com as injustiças e nossa capacidade de sonhar e de lutar por uma nova sociedade, para podermos alavancar as mudanças que se desenham à nossa frente.

Art. 2°. A Central Única dos Trabalhadores é uma organização sindical de massas em nível máximo, de caráter classista, autônomo e democrático, cujos fundamentos são o compromisso com a defesa dos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora, a luta por melhores condições de vida e trabalho e o engajamento no processo de transformação da sociedade brasileira em direção à democracia e ao socialismo;

Art. 3°. A CUT tem como objetivo fundamental organizar, representar sindicalmente e dirigir, numa perspectiva classista, a luta dos trabalhadores brasileiros da cidade e do campo, do setor público e privado, ativos e inativos, na defesa dos seus interesses imediatos e históricos.
Estatuto da CUT

 

 

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Aprovada a capitalização do BASA. E falência da CELPA é crime contra o sistema financeiro

BASA vai ser capitalizado. Mas a gestão do banco não pode permanecer com a atual diretoria!
  • Aprovado o texto-base da MP 564 que prevê o aporte de R$ 1 bi no Banco da Amazônia até 2014. A proposta foi feita pelo deputado Cláudio Puty (PT-PA) e a capitalização engloba BASA e BNB. O próximo passo é o debate dos destaques à MP. Parabéns ao deputado Puty pela iniciativa. É uma excelente notícia nas proximidades dos 70 anos do Banco da Amazônia, completados no próximo dia 9. Agora, a gestão do BASA não pode permanecer nas mãos desastradas da atual diretoria. 
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  • A segunda informação é sobre a CELPA, falência que é um crime contra o sistema financeiro. CUT exige a federalização-JÁ da Celpa!

No dia 9 de julho de 2012 faz 14 anos que a CELPA foi privatizada pelo governo tucano no Pará e hoje está praticamente falida Escrito por: CUT-PA 

No dia 9 de julho de 2012 faz 14 anos que a CELPA – Centrais Elétricas do Pará foi privatizada pelo governo tucano no Pará e hoje está praticamente falida e com um passivo de R$ 3 bi.

No dia em que completa 14 anos da privatização, o Grupo Rede, que controla a Celpa, apresentará em assembleia aos credores a proposta de pagamento da dívida, no Hangar Centro de convenções, em Belém, às 10n horas.

A CUT.Pará defende que o governo federal, via Eletrobrás, assuma a CELPA em sistema de federalização, a exemplo do que já  ocorreu com as elétricas do Acre,  Roraima, Rondônia, Amazonas e Goiás e agora Amapá, em processo de finalização. E que sejam responsabilizados criminalmente os responsáveis pela falência da Celpa.

Há 14 anos,  em 9 de julho de 1998, a Celpa foi vendida por R$ 450 milhões ao grupo Rede Energia, que comprou uma empresa organizada, saudável  e cuja saúde financeira sucumbiu em um processo de drenagem dos seus resultados para outras empresas do grupo. O Ministério Público Federal investiga as razões da situação em que a empresa chegou.

O primeiro efeito da privatização foi a demissão de mais de 2 mil trabalhadores, parte da qual foi substituída por empregados com salário menores, situação perversa da rotatividade contra a qual a CUT já se posicionou. Além da demissão, a nova gestão do Grupo Rede incluiu má administração, terceirização, falta de autonomia e de investimento no sistema, bem como a centralização dos serviços em São Paulo e, nesse caso, sem o devido conhecimento da realidade do Pará.

Esse conjunto de ações deu um selo à Celpa, em 2010: o inconveniente título de pior distribuidora de energia do país e a que tem as piores condições de trabalho, segundo a Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (ABRADEE). E a mesma má administração e falta de investimento na CELPA é responsável hoje por apagões e prejuízos à população de Belém e dos municípios paraenses, deixando no escuro boa parte do povo do Pará.

O mais absurdo de tudo isso é que a Celpa administra  cerca de 1,8 milhões de unidades consumidoras em todo o Pará, acumula um passivo de R$ 3 bilhões e deve mais R$600 milhões da energia comprada junto à Eletrobrás e mais de R$ 100 milhões aos trabalhadores. Ou seja, grande parte da dívida é ao setor público. Traduzindo: a Rede Energia se apropriou dos resultados gerados pela Celpa e agora diz que a empresa está na insolvência e para esta recebeu generosos 60 dias para apresentar uma proposta de pagamento, a qual será apresentada no dia 9, no Hangar, Belém, na assembleia de credores.

O Estado do Pará possui a maior hidrelétrica genuinamente brasileira (Tucuruí), exporta energia para o resto do país, algo em torno de 75%, mas os recursos oriundos desses impostos não ficam no Pará, não beneficiam a população paraense. Então, não pode a população paraense ser penalizada pela falta de compromisso de grupos privados que visam somente o lucro, tarifa elevada e o envio de recursos arrecadados no Pará a outras empresas do Grupo Rede, controlador do serviço.

Assim, considerando que já existem 34,24% de ações da Eletrobrás na Celpa, que o fornecimento de energia elétrica é um direito humano e uma atividade essencial, tendo o poder público grande responsabilidade na continuidade desse serviço, a CUT-Pará defende a imediata federalização da Celpa, via Eletrobrás.

Defende, pois a CUT.Pará que o governo federal assuma a Centrais Elétricas do Pará, no mesmo sistema de federalização das elétricas do Acre, Roraima, Rondônia, Amazonas e Goiás e agora Amapá, em processo de finalização. Também, que seja efetivado o pagamento aos credores e assegurada a manutenção dos empregos dos trabalhadores da Celpa, combate à terceirização e à rotatividade no setor elétrico.

E que sejam responsabilizados criminalmente os responsáveis pela situação caótica a que chegou a Celpa. O povo do Pará e os trabalhadores da Celpa não podem pagar pelas consequências do projeto privatista dos tucanos.

Belém.PA, 03 de julho de 2012
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Caso Celpa – Crime Contra o Sistema Financeiro


No próximo dia 09 de julho haverá assembléia de credores da Celpa, no Hangar Centro de Convenções. Cerca de 1 mil credores entre trabalhistas, credores reais, os bancos; e os quirografários (os não prioritários no recebimento do pagamento de dívidas) estarão presentes.

Isso significa que o peso dos votos na assembléia varia de acordo com o peso financeiro de cada categoria de credores. A assembléia é o fórum qualificado para a apreciação e aprovação ou reprovação da proposta do plano de recuperação judicial, apresentado pela diretoria da Celpa. Esse fórum é presidido pelo advogado Márcio Santos, advogado próximo do governador Simão Jatene, que ora faz os cálculos dos pesos dos votos na assembléia, que deve deliberar pela recuperação ou pela falência da concessionária.
Às vésperas da assembléia, o Ministério Público do Estado, que tem sido um ente interveniente e atuante no caso Celpa, entrega ao deputado Puty documentos que reforçam a linha de investigação do MPE sobre a situação financeira da concessionária de energia e o processo de pedido de recuperação judicial da empresa do grupo Rede.
Com exclusividade, o Promotor de Justiça de Tutela das Fundações, Entidades de Interesse Social, Falência e Recuperação Judicial e Extrajudicial, Sávio Brabo, falou ao Blog do Puty e reforçou que a linha de investigação prioriza avaliar: a situação econômica e financeira da Celpa, assim como a relevância social da qualidade do serviço prestado pela empresa, e verificar o rigor da aplicação da lei falimentar no caso.
O Promotor Sávio Brabo revela:
  1. Os documentos que estão nos autos do processo, que já têm 40 volumes com 15 mil páginas, revelam que desde 1998, quando a Celpa foi privatizada, a empresa já sofria ação de perdas dos Planos Bresser e de Plano de Carreira, Cargos e Salários. Esse risco durante todos esses anos foi omitido dos balanços anuais financeiros da empresa, o que caracteriza crime contra o sistema financeiro; a empresa dava essas causas ganhas, o que não aconteceu, levando a Celpa aos primeiros indícios de uma gestão descomprometida com a transparência dos investimentos num bem público, como a energia.
  2. Mesmo quando, em 2002, houve uma situação de um lucro de 500 milhões de reais (superávit), a empresa não reinvestiu os lucros na melhoria da qualidade do serviço, como é obrigação de uma empresa de concessão pública, como estabelece a natureza do contrato de concessão, o que caracteriza uma ação improducente;
  3. Como se trata de um bem móvel de interesse público, a atitude do grupo também caracteriza um crime de natureza contra os interesses sociais, que deveriam ser defendidos por empresa de concessão pública;
  4. A Aneel, desde 2007, vem aplicando multas freqüentes à Celpa, e no mesmo período, a agência fiscalizadora já sabia que a Celpa estaria omitindo isso dos seus balanços, mas continuou autorizando os empréstimos da empresa para outros grupos subsidiários, que variam de 12 milhões em 2007, até 98 milhões em 2011;
  5. Um débito automático está sendo feito nas contas do Pará, à medida que já é descontado do recurso procedente da União por meio do Fundo de Participação dos Estados, o valor da dívida correspondente ao que o governo do Pará adquiriu automaticamente como avalista da empresa. Isso significa que durante esse período a União já vem arcando com a dívida;
 A justiça permitiu que a Celpa fosse enquadrada na Lei de Causas Falimentares, o que obriga a suspensão imediata do pagamento das dívidas a quaisquer credores, no entanto, em se tratando de uma empresa privada de concessão pública, houve algumas excepcionalidades garantidas, por mediação do Ministério Público do estado na tentativa de agasalhar uma empresa dessa natureza, que não é integralmente de livre mercado à lei, como:
  • Autorização e garantia do pagamento dos trabalhadores durante os 180 dias de avaliação do plano de recuperação judicial;
  • Pagamento dos produtores de energia no estado, que abastecem 23 municípios paraenses, como por exemplo, no Baixo Amazonas e Marajó. Como a Celpa deixou de pagar os bancos credores nesse período, esses ameaçaram não comprar energia de produtores independentes que abastecem vários municípios, e chegou haver ameaça de apagão, um colapso na economia do Pará, causado por má gestão financeira da distribuidora de energia;
O deputado Puty deve entrar com representação na justiça, para cobrar da Celpa, do grupo Rede e da Aneel uma reparação financeira e social à sociedade paraense. O deputado afirma: “o desmonte caracterizado na atual situação da Celpa, configura um golpe na economia paraense, na política de empregos, na prestação de serviços de qualidade de distribuição de um bem essencial, na expectativa de produtividade dos trabalhadores do setor da energia e, principalmente um golpe nos cofres públicos”, declara o deputado.
O promotor Sávio Brabo conclui, dizendo que: “O Ministério Público do Estado em ação integrada com o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho estão incansavelmente empenhados no papel de defensores dos cidadãos, verificando o cumprimento da lei falimentar no caso Celpa, já que a falência da empresa significaria de imediato 25% do estado do Pará sem cobertura do fornecimento de energia, um prejuízo muito alto na conta da população”.
Desde 1998, quando o governo Jatene aplicou o golpe da privatização da Celpa numa articulação entre operação financeira entre bancos, o governo dos tucanos e o grupo Rede, essa relação levou a uma gestão de lucros sem melhorias dos serviços, pois não houve investimentos proporcionais na atividade da distribuidora de energia no mesmo período.
Agora, os mesmos setores privatistas se articulam e tratam um bem essencial para a população como moeda de troca entre os cachorros-grandes, dando golpe até em acionistas minoritários, e deixando para o povo a menor tarifa, mas a pior qualidade de serviço do país. No final, os consumidores acabam pagando a conta pela incompetência da gestão financeira e pelas ações dos gatunos do grupo Rede e dos tucanos.

Veja o documento na integra.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

248 greves entre 2003 e 2010: a CUT é a pedra no sapato

Este excelente artigo é de Artur Henrique e foi publicado em O Globo, 2/jul/2012. Importante para desmistificar o que parte da imprensa e alguns adversários dizem da CUT em relação aos governos Lula/Dilma. Só greves foram 248 (2003/2010) contra 133 do período FHC.
Artur Henrique, em 06.jul11, em Belém-Pa com sindicalistas bancários.

Uma parte da imprensa teima em dizer que os movimentos sociais teriam sido amestrados durante o governo Lula. O Globo, recentemente, foi além e associou essa pretensa subordinação – e uma hipotética “paz” de que teria desfrutado o ex-presidente – ao repasse de verbas federais para entidades que integram o movimento social.

Vamos analisar alguns dados em relação à CUT. Segundo o Sistema de Acompanhamento de Greves do Dieese, nossa Central realizou durante os oitos anos de Lula quase o dobro do número de greves no serviço público federal do que realizou durante o período FHC.

Incluindo funcionalismo federal e as estatais, os trabalhadores públicos da União, entre 2003 e 2010, realizaram 248 greves para pressionar o governo Lula a abrir negociações, aumentar salários e iniciar a reestruturação dos planos de cargos e carreiras. Já entre 1995 e 2002, foram 133 greves. A CUT representa 90% de todos os sindicatos do setor. 

Esses dados desmentem de uma vez por todas o mito de que a CUT teria aliviado a pressão sobre Lula. Sabemos dividir o papel de uma central, de um partido, de um governo. O nosso é de defender os direitos e anseios dos trabalhadores e trabalhadoras – o que inclui saber construir propostas, dialogar e, também, mobilizar e fazer greve quando preciso.

A diferença fundamental entre FHC e Lula, e que explica inclusive a diferença do número de greves num período e noutro, é que Lula, ex-sindicalista, fundador da CUT, sempre soube que para obter crescimento econômico e iniciar um processo de redistribuição de renda seria preciso dialogar com o movimento social.

Seu governo não foi exemplar nesse quesito, tanto que muitas vezes, por exemplo, foi preciso recorrer à greve no serviço federal para que as negociações fossem realizadas.

Porém, ao considerar reivindicações como a valorização do salário mínimo e o papel do Estado como indutor do crescimento – algo que FHC desprezou – o período Lula ativou o crescimento da economia, gerando um cenário mais favorável a novas reivindicações.

Também não houve repressões ao movimento sindical como no período anterior, cujo caso mais emblemático foi a batalha contra os grevistas da Petrobrás, em 1995 – greve que ajudou a impedir a privatização da estatal.

Dizer que os movimentos sociais propiciaram paz para Lula é uma piada de mau gosto. Pressionamos através de greves, mobilizações e ocupações de terra (quando não ignoradas, deturpadas por grande parte da mídia). E o fizemos por acreditar que a pressão serve para avançar nas conquistas sociais.

Por fim, lembro que os repasses de verbas do governo Lula para o movimento sindical foi muito menor do que no período FHC. Este, ávido por terceirizar o serviço público, transferia verbas do FAT para que as centrais cuidassem da tarefa de recolocação profissional – o que gerou os famosos (e enganosos) balcões de emprego. Por pressão da CUT, essa conexão foi desfeita no início do governo Lula, e a recolocação e qualificação profissional voltaram à esfera do poder público.  

Artur Henrique, presidente nacional da CUT.

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Na disputa do SEEB-Ceará, o Arte Bancária é chapa 1! Eleição começa dia 3 de julho. Boralá, avançar na luta!
 
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