quarta-feira, 31 de agosto de 2011

BASA descomissiona bancária que reivindica horário de almoço. E banqueirada só diz NÃO

1º de setembro, às 18 horas, povo do Banpará na sede do Sindicato: assembleia de mobilização. Dia 8 é primeira rodada de negociação com direção do banco, em Belém.

O segundo dia na mesa de negociação em São paulo. Muitos nãos da banqueirada.
Educação, trabalho e democracia. Qualificação, emprego e renda decentes: dias 1 e 2, sindicalistas da CUT-Pará debatem e deliberam na 9ª plenária estadual: Por mais direitos.

Enquanto isso, na sala de justiça do BASA ...
Gerente descomissiona bancária que pede horário para almoçar


Foi em Marabá, na região sul/sudeste do Pará, agência recém inaugurada. Agência novinha e práticas gerenciais velha, antidemocráticas, autoritárias, bem no estilo da diretoria do Banco da Amazônia.

A bancária, que atua no caixa e entra às 9:30, só saindo às 16:30, pediu um horário para almoço, o que é negado em todo o BASA, nas agências do sul e sudeste do Pará. Como o caixa em que ela trabalhava não tem fechadura, não é possível arredar pé do caixa nem para os clássicos 15 minutinhos para um lanche, sob pena de perder dinheiro ou documentos.  é possível fazer, ficando a trabalhadora sem lanche ou almoço.

Pediu, gerente fez ouvidos de mercador. Ela então reclamou ao sindicato. O gerente, se sentindo totalmente dono do pedaço, tirou a comissão da bancária e ainda disse: a senhora reclamou, não vai ficar ficar mais no caixa e  agora pode almoçar.

Este é um exemplo da gestão modernosa do BASA, diz a  diretora do Sindicato dos Bancários do Pará, Heidiany Katrine, que atua diretamente na região sul/sudeste.

E ela mesma adianta: "Vai ter rebate do movimento sindical e do funcionalismo pois, como diz o ditado, "o risco que corre o pau, corre o machado".

O Arte Bancária completa:  É legítimo o direito de reclamar, ninguém pode ser punido por reclamar que se cumpra a lei e  não se pode conceber trabalho gratuito, indecente e trazendo danos à saúde. Então, tem volta, sim. Já cantava Geraldo Vandré em "Aroeira": É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar".

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Setembro se anuncia bem no ritmo da luta e mobilização por mais direitos ou para resgatar a cidadania aviltada, como no exemplo contado aí em cima. Dia 1º, pela manhã 9ª plenária da CUT estadual, com o tema Liberdade e Autonomia. Não à violência no campo. Sim à reforma agrária. À noite, às 18 horas, assembleia de mobilização do Banpará, na sede do Seeb-Pará.

E setembro é o mês mais redondo do ano para criar e intensificar a mobilização por trabalho decente, emprego decente. Mobilização que precisa ser mais forte e unitária que nunca, pois as primeiras rodadas de negociação entre Comando Nacional e Fenaban, em São Paulo, já demonstraram que a banqueirada até divulga preceitos envernizados de boas intenções, mas na hora do vamo ver, a prática é carcomida e velha. É o tradicional não, não e não.

Foi com NÃO que a banqueirada iniciou os trabalhos no dia 30, quando o Comando reivindicou mais contratações ao setor que mais lucra no planeta; quando propôs o fim das demissões injustificadas;, o fim das terceirizações e a extensão do abono-assiduidade para toda a categoria.

Hoje, na continuidade do debate sobre emprego, novamente a Fenaban disse NÃO a:
  •  reivindicações do Comando Nacional sobre melhorias de atendimento à população, o que inclui ampliação do horário de abertura das agências;
  •  respeito à jornada de seis horas;
  • redução do tempo de espera na fila;
  • mais contratações de bancários;
  • implementação de mais caixas para atender melhor aos clientes.
As propostas da categoria, aprovadas pela 13ª Conferência Nacional, são de que os bancos ampliem o horário de atendimento das agências das 9h às 17h, com dois turnos de trabalho e respeito da jornada de seis horas de todos os bancários. Os bancos devem também ampliar o número de caixas a um mínimo de cinco em cada agência, reduzir o tempo de fila a um máximo de 15 minutos e contratar mais bancários para melhorar o atendimento à população e assim aliviar a sobrecarga de trabalho.

Os representantes dos bancos disseram que esses temas não dizem respeito aos sindicatos - e sim aos bancos e ao Banco Central - e não devem, portanto, fazer parte da Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários. "Questionamos que esses assuntos são de interesse imediato dos bancários, uma vez que tem a ver com a jornada, com a sobrecarga de trabalho e com a melhoria do atendimento à população, uma vez que são eles que estão na linha de frente do contato com os clientes e usuários e sofrem o impacto das reclamações", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
Terceirização

O Comando Nacional também cobrou dos bancos o fim da terceirização no sistema financeiro, que precariza as relações de trabalho e coloca em risco o sigilo bancário dos clientes. A discussão será aprofundada na mesa temática sobre terceirização conquistada na campanha nacional do ano passado.

"O fim da terceirização e da precarização do trabalho são pilares centrais do conceito de emprego decente que aprovamos na Conferência, que engloba remuneração digna, sem discriminações, emprego saudável, emprego seguro e aposentadoria decente", diz Carlos Cordeiro.

Igualdade de oportunidades


O Comando Nacional cobrou dos representantes da Fenaban a realização de um novo censo na categoria para averiguar os resultados dos programas implementados pelas empresas para combater as discriminações de gênero, raça, opção sexual e contra pessoas com deficiência - implementados após a realização do Mapa da Diversidade, em 2008. Os negociadores patronais disseram que vão consultar os bancos sobre a reivindicação.

O Comando Nacional protestou contra o descaso da Fenaban com as questões relacionadas com a igualdade de oportunidades, especialmente pelo fato de por diversas vezes a reunião da mesa temática ter sido adiada.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Começou. Bancos negam garantia de emprego. Negociação continua nesta quarta 31.

 
Nosso Comando Nacional - coordenado pela ContrafCUT - na primeira rodada de negociação com banqueiros.
 Protesto em frente à sede do BC em São Paulo: CUT defende "imediata redução dos juros". Para Artur Henrique. presidente da CUT: “Juros mais altos do mundo sangram o Orçamento para engordar banqueiros e especuladores”. Leia mais aqui.

Começou hoje a série de rodadas de negociações entre o nosso Comando nacional - coordenado pela ContrafCUT - e os banqueiros/Fenaban, em São paulo. E continua nesta quarta-feira 31, pela manhã.

O tom do Comando Nacional foi o de exigir mais contratações de bancários, o fim das demissões injustificadas, de acordo com o que prevê a Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Também, o fim das terceirizações, a extensão do abono-assiduidade a todos os bancários e a inclusão bancária sem precarização. Isso, para ampliar empregos e combater a rotatividade nos bancos, um dos setores da economia mais lucrativos do Brasil.

O tom dos banqueiros foi o da tradicional falta de compromisso com o crescimento do Brasil e com o emprego na categoria bancária. Afirmaram que a garantia de emprego e o fim da rotatividade não são temas prioritários para a categoria.

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, apresentou à Fenaban o resultado da Pesquisa de Emprego Bancário relativo ao primeiro semestre de 2011 divulgado nesta terça-feira. O levantamento, realizado desde 2009 pela Contraf-CUT e pelo Dieese, mostra que, embora os bancos tenham criado 11.958 postos de trabalho nos primeiros seis meses do ano, aumentou o número de desligamentos (18.559), confirmando a estratégia das empresas de promover a rotatividade para reduzir custos.

 Veja aqui o resultado da pesquisa de emprego no primeiro semestre

O Comando Nacional defendeu a necessidade de os bancos aceitarem a Convenção 158 da OIT, que dificulta demissões imotivadas, para acabar com a alta rotatividade, inadmissível no setor mais rentável da economia, em que somente as seis maiores empresas apresentaram lucro líquido de R$ 25,9 bilhões no primeiro semestre. 

'Acordo precisa contemplar emprego'

Os negociadores desdenharam da reivindicação de garantia de emprego, afirmando que ela não é importante para a categoria. "Respondemos que nossas consultas e pesquisas indicam o contrário, que os bancários estão muito preocupados com o emprego, e deixamos claro que não será possível fechar acordo este ano sem resolver essa questão", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

O tema continua a ser discutido nesta quarta-feira, assim como a terceirização no sistema financeiro, que vinha sendo debatida em mesa temática desde o ano passado, mas se encontra atualmente num impasse. Os bancários reivindicam o fim da terceirização dos setores de compensação, tesouraria, caixa rápido, home banking, autoatendimento, teleatendimento, cobrança, cartão de crédito e retaguarda.

Em relação ao abono-assiduidade, os representantes dos bancários na mesa de negociação defenderam o direito a cinco dias de ausências abonadas por ano, que representam a diferença entre os dias efetivamente trabalhados anualmente (365) e os pagos pelas empresas (360). Os negociadores da Fenaban levarão a reivindicação aos bancos. 

Inclusão bancária

A proposta da categoria, aprovada na Conferência Nacional, é promover a inclusão bancária de toda a população brasileira, de forma que todos os serviços financeiros para a sociedade sejam prestados em agências e postos de atendimento, oferecidos por bancários, garantindo a qualidade, a proteção do sigilo bancário e a segurança, protegendo a vida de trabalhadores e clientes.

O Comando Nacional pediu aos bancos que se abstenham de aplicar as recentes resoluções do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central, que ampliaram a função dos correspondentes bancários no país. A Fenaban disse que "correspondente não é banco", que não faz crédito e só operacionaliza o crédito oferecido pelo banco. Mas os dirigentes sindicais refutaram os argumentos, usando publicação recente de matéria no jornal O Globo, em que a Associação Brasileira de Bancos informa que os correspondentes executam a maior parte das operações de crédito.

"Defendemos a inclusão bancária. Dissemos à Fenaban que todos os brasileiros deveriam ter direito de ter conta em banco, com assessoria financeira, sigilo bancário e segurança. E que os correspondentes não fazem essa inclusão. Pelo contrário, eles excluem, porque estão sendo usados pelos bancos para atender a população de baixa renda, reservando as agências aos clientes mais abastados. Isso não é bancarização, é precarização. Queremos transformar os correspondentes em pequenas agências e postos de atendimento", propõe Carlos Cordeiro. 

Venda responsável de produtos

Os negociadores da Fenaban disseram que os bancos não vão assinar a Declaração sobre a Venda Responsável de Produtos Financeiros, aprovada pelo Comitê Diretivo da UNI Finanças, em junho de 2010, durante reunião realizada em Copenhague, na Dinamarca. 

A carta prevê, entre outras coisas, o fim das metas abusivas e a garantia de uma "cultura interna de negócios e procedimentos operacionais que conduzam à venda responsável de produtos" - o que significa, por exemplo, evitar vender serviços e produtos que os clientes não necessitam.

As negociações sobre emprego continuam nesta quarta-feira, envolvendo temas como jornada de trabalho, mais contratações, ampliação do horário de atendimento, dentre outras. 


Fonte: ContrafCUT

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O crédito desmatamento - da Carta Capital direto de Marabá-PA

Do site da Carta Capital:
Empréstimos, principalmente públicos, sustentam a devastação. Por Felipe Milanez. Foto: Rogério Assis/Fotosite

AMAZÔNIA. Empréstimos, principalmente públicos, sustentam a devastação
Por Felipe Milanez, de Marabá 

Na Amazônia, a expansão da fronteira agrícola criou o marco geo-gráfico do “Arco do Desmatamento”. É lá que avança a substituição da cobertura florestal pela produção agropecuária. Um processo caro que exige enormes somas de financiamento. E o pior: na sua maioria, o dinheiro tem saído dos cofres de bancos públicos. É o que aponta estudo inédito do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), coordenado pelo pesquisador Paulo Barreto e obtido com exclusividade por CartaCapital.

Segundo o levantamento, os dados do Banco Central mostram o aumento espetacular do crédito rural no bioma Amazônia entre 1997 e 2009, apesar de algumas oscilações. Nesse período, foram concedidos cerca de 35 bilhões de reais por meio de, aproximadamente, 2 milhões de contratos. No restante da Amazônia Legal fora do bioma, foram emprestados outros 43 bilhões de reais em 1,25 milhão de contratos.

Os pesquisadores ressaltam que a queda do volume de crédito entre 2005 e 2008 coincidiu com a baixa dos preços do gado e da soja. A redução não teria, portanto, relação direta com a mudança da política de crédito adotada pelo governo federal para tentar diminuir o desmatamento, mas com uma contingência econômica. “Análises recentes mostram que o crédito rural estimula o desmatamento na Amazônia, apesar de as regras proibirem o crédito para a derrubada de florestas”, escrevem os pesquisadores. “O crédito amplia o desmatamento por causa do subsídio para as atividades agropecuárias e falhas de controle dos próprios bancos e órgãos ambientais.”

Nos anos 1970 e 1980, quando se iniciou o projeto de ocupação da Amazônia, o principal financiador do desmatamento era o próprio Estado. Pressões à época levaram à suspensão da política do financiamento direto da devastação e, em 1991, as instituições federais comprometeram-se a exigir dos clientes o cumprimento de leis ambientais por meio do Protocolo Verde. Após 1992, o compromisso com sustentabilidade passou a fazer parte dos manuais de responsabilidade socioambiental do setor financeiro, especialmente as regras do Protocolo do Equador. Acontece que, mostra o Imazon, persistiu a “correlação entre crédito rural e desmatamento na Amazônia na última década”.

Para tentar conter a fonte financeira da destruição da floresta, em fevereiro de 2008 o Conselho Monetário Nacional (CNM) publicou a Resolução 3.545, que passou a exigir comprovantes de regularidade ambiental para a concessão de crédito rural no bioma da Amazônia. A medida teve, até agora, pouco sucesso. A torneira do financiamento continuou aberta, segundo Barreto. O estudo afirma que o crédito influencia o desmatamento tanto pelo volume de recursos e contratos concedidos quanto pelo perfil das atividades financiadas. A maioria dos recursos liberados pelos bancos estimulou atividades agropecuárias associadas ao desmatamento.

A pecuária, que ocupa, aproximadamente, 75% das áreas desmatadas da região, recebeu 13,6 bilhões de reais, ou 39% do total financiado, entre 1997 e 2009. Um exemplo recente é o caso ocorrido em 16 de julho, quando foi assinado um compromisso entre o Banco do Brasil, o Banco da Amazônia e o governo do estado de Rondônia para a liberação de 440 milhões aos pecuaristas. O financiamento teria por objetivo fortalecer a cadeia do leite, a agroindustrialização e a recuperação de pastagens. Mas não foram estabelecidos compromissos para reflorestar áreas desmatadas.


Em várias áreas, as placas anunciam grandes obras industriais. Foto: Felipe Milanez

Um dos casos mais graves de financiamento seria o crédito a criadores de gado cujas propriedades estão localizadas na região da chamada “Terra do Meio”, próximo ao Rio Xingu. Só em 2010, foram devastados mais de 14 mil hectares da Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu, região de preservação que registrou o mais alto nível de desmatamento no Brasil (25% destruídos). Na falta de um “plano de manejo” da área, onde é possível ter propriedades individuais, os pecua-ristas fazem desmatamentos irregulares.  Mesmo assim, aponta Barreto, conseguem crédito para financiar a pecuária. Dinheiro para comprar gado, por exemplo, cujo pasto está localizado em área desmatada.

Ainda que o dinheiro não seja usado diretamente para o desmatamento, destina-se ao produto dessa devastação.

O estudo indica que o crédito subsidiado tende a aumentar as atividades financiadas mais do que ocorreria sem subsídio e pode estimular indiretamente o desmatamento. Um exemplo dado pelo Imazon é de um fazendeiro que pode desmatar novas áreas com capital próprio, pois sabe que obterá bons rendimentos com o crédito para comprar o rebanho. Na Transamazônica, pequenos produtores em assentamentos rurais desmataram mais do que aqueles fora dos assentamentos e sem crédito.

Ao mesmo tempo, falta dinheiro para o trabalho com a floresta. “O crédito para o setor florestal (reflorestamento e manejo de florestas nativas) somou apenas 0,8% do total ou 284 milhões de reais.

Portanto, o enorme valor dos recursos subsidiados e a predominância do apoio à agropecuária indicam um forte potencial de estimular o desmatamento legal ou ilegalmente”, anotam os pesquisadores do Imazon.

É o que ocorre, por exemplo, no assentamento agroextrativista Praia Alta Piranheira, ao sul do Pará, na cidade de Nova Ipixuna. Foi lá que, em 24 de maio, foram assassinados José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo. Em um projeto cuja destinação é agroextrativista, atividades agropecuárias são toleradas, desde que não ultrapassem 20% da propriedade. Acontece que, na parte financeira, é só esse ramo, e não o florestal ou o extrativismo, a receber subsídios.

José Maria Gomes Sampaio, o Zé Rondon, cunhado de Maria, reclama da falta de incentivo à atividade florestal. Quando quis transformar parte da mata em pastagem e criar um pouco de gado para leite, dentro da área permitida, Zé Rondon conseguiu crédito do Pronaf no Banco da Amazônia. Foram 14 mil reais, dinheiro que, diz ele, “foi direto para pagar o trator e a compra do gado”. Mas em todas as tentativas de financiar a coleta de castanha, de andiroba e outros produtos florestais, e investir em equipamentos para extração dos óleos que agregariam valor ao extrativismo, não teve o mesmo sucesso. “Para trabalhar com a floresta, nunca consegui um tostão. Nem para fazer um plano de manejo. Dinheiro, só para mexer com gado.

No mesmo assentamento, mantém-se a produção ilegal de carvão vegetal de mata nativa, destinado ao polo siderúrgico de Carajás. Mesmo que consumam carvão sem origem comprovada, Oduval Lobato Neto, gerente-executivo- do Banco da Amazônia, admite que o banco financia seis usinas produtoras de ferro-gusa. Segundo ele, todos os projetos contratados estão em conformidade com a sua política socioambiental e a legislação ambiental vigente. Embora quatro usinas financiadas pela instituição tenham sido fechadas em razão de multas ambientais, e duas, a Cosipar e a Sidepar, em atividade, tenham recebidos notificações recentes por causa do consumo de carvão ilegal, irregularidade pela qual são processadas pelo Ibama. Todas as guseiras estão em negociação com o Ministério Público Federal, em Marabá, para assinar um termo de ajustamento de conduta. O MPF chegou a ingressar com ações no início do ano contra o Banco do Brasil e o Banco da Amazônia. “O sistema financeiro precisa assumir a sua responsabilidade”, afirma o procurador Ubiratan Cazetta.

Segundo a procuradoria, o dinheiro público tem sido utilizado para financiar o desmatamento.

“Desvendou-se, de forma factual, que as propagandas de serviços e linhas de crédito que abusam dos termos ‘responsabilidade socioambiental’ e ‘sustentabilidade’ não retratam essa realidade nas operações de concessão desses financiamentos a diversos empreendimentos situados na Amazônia, que em sua maioria são subsidiados com recursos dos Fundos Constitucionais de Desenvolvimento e de outras fontes da União”, anota o Ministério Público nas ações. A ação tinha o objetivo de impedir que os bancos emprestassem a produtores irregulares.

O Banco do Brasil, que assumiu algumas falhas, informa ter tomado providências. Uma regulamentação interna estabeleceu uma medida que o diretor de crédito, Walter Malieni Jr., chama de “segregação”: a agência local não avalia créditos acima de 800 mil reais. Valores altos devem ser analisados por outras agências. Isso- impede, explica Malieni, a -pressão sobre o gerente. “O processo fica mais longo, aumenta o prazo de desembolso.” Outra medida, diz o executivo, visa- evitar empréstimos concedidos por agências da base domiciliar de empresas e pessoas físicas fora do bioma. Seria um modo indireto de financiar- -atividades na Amazônia.

Do total de crédito concedido na Amazônia pelo BB em 2011, 49% financiou a agricultura, enquanto cerca de 30% foi destinado ao Pronaf e 21% à pecuária. Malieni afirma que, neste ano, 23% dos 2.085 pedidos de crédito foram devolvidos.

Já o Banco da Amazônia contestou a ação proposta pelo Ministério Público. O banco nem tomou novas medidas de proteção ao sistema de crédito nem sofreu condenação judicial pelas práticas. O principal foco de financiamento do Banco da Amazônia é a agricultura familiar, responsável 74,4% de suas operações.

sábado, 27 de agosto de 2011

28 de agosto, Dia do bancário: preparando a luta e resgatando a história


28 de agosto, Dia do Bancário, Dia da bancária. Uma data comemorada há 59 anos para recordar uma das mais importantes greves da categoria, é uma referência histórica dos bancários e serve de exemplo para a mobilização da Campanha Nacional 2011, que já está nas ruas de todo o país, com foco no emprego decente.

Em 28 de agosto de 1951, começou uma das mais longas e vitoriosas campanhas salariais dos bancários. A categoria reivindicava um reajuste de 40%, salário mínimo profissional e adicional por tempo de serviço. A contraproposta dos patrões, de 20% de aumento, foi considerada insuficiente e os bancários decidiram entrar em greve. Foram 69 dias de paralisação, até que, em 5 de novembro, a Justiça concedesse um reajuste de 31%, pondo fim à paralisação.

História
A greve de 1951 foi a primeira contra o Decreto 9.070 da ditadura do Estado Novo, que proibia greves e amordaçava o movimento sindical dos trabalhadores. 
Foi um movimento pela liberdade sindical, em favor da democracia, contra os "atestados de ideologia" exigidos pelo Ministério do Trabalho dos candidatos a cargos sindicais, pela participação dos sindicatos na fiscalização das condições de trabalho e emprego, pela eleição de representantes dos bancários para a direção dos antigos Institutos de Aposentadorias e Pensões (o atual INSS) e pela participação dos sindicatos na fiscalização e elaboração das leis trabalhistas.

A data começou a ser comemorada já no ano seguinte, em 1952, por decisão do IV Congresso Nacional dos Bancários, realizado em Curitiba. Em 1957, a Assembleia Legislativa oficializou a data no Estado de São Paulo e, em 1959, o Congresso Nacional estendeu a data para todo o Brasil ao aprovar projeto do deputado federal bancário Salvador Romano Lossaco.

Este ano, o Dia do bancário cai num domingo e a campanha nacional tem a primeira rodada de negociação na terça-feira, dia 30 e dia 31, em São Paulo, entre Comando Nacional e Fenaban.

Ontem e hoje - Para o presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional, Carlos Cordeiro,”as conquistas trazidas com a greve histórica de 1951 devem ser resgatadas para lembrar aos bancários que não existem ganhos sem luta. Nenhum direito foi concedido pela generosidade dos bancos. Nossa luta é por emprego decente com aumento real, proteção contra demissões imotivadas, fim das metas abusivas e do assédio moral, segurança contra assaltos, igualdade de oportunidades e aposentadoria digna”, finaliza.

Calendário da luta

30 e 31 , em São Paulo - Primeiras rodadas entre o Comando Nacional e os banqueiros. Temas: emprego e reivindicações sociais.

1º/9, 18 h - Sede do Seeb-Pa - Assembleia de mobilização do Banpará.

5 e 6/9 - Em Sampa, 2ª rodada. Saúde e condições de trabalho  

8/9 - Primeira rodada de negociação do Banpará, na Matriz às 16 h, Belém.

9/9 - Primeira rodada de negociação do BASA, em Belém.  

13/9 - Em Sampa, a 3ª rodada: remuneração 

Confira as principais reivindicações dos bancários na Campanha Nacional 2011:
Reajuste Salarial 
12,8% (5% de aumento real mais a inflação projetada de 7,5%)
PLR - Três salários mais R$ 4.500
Pisos
Portaria - R$ 1.608,26
Escritório - R$ 2.297,51
Caixa - R$ 3.101,64
1º Comissionado - R$ 3.905,77
1º Gerente - R$ 5.169,40
Vales Alimentação e Refeição e auxílio-creche/babá - R$ 545 cada
PCCS - Plano de Cargos, Carreiras e Salários para todos
Auxílio-educação - pagamento para graduação e pós
Emprego
Ampliação das contratações
Fim da rotatividade 
Combate às terceirizações 
Garantia contra dispensas imotivadas (Convenção 158 da OIT)
Banco para todos, sem precarização
Outras prioridades
Cumprimento da jornada de 6 horas
Fim das metas abusivas
Combate ao assédio moral e à violência organizacional
Segurança contra assaltos e adicional de 30% de risco de morte 
Previdência complementar para todos os trabalhadores
Contratação da remuneração total
Igualdade de oportunidades.


Fonte: ContrafCUT
Banner: Seeb-PA

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Banpará: primeira rodada de negociação é a 8 de setembro. E o BASA, dia 9

 

Minutas do Banco da Amazônia e do Banpará estão entregues. A primeira rodada de negociação no Banpará ocorre dia 8, às 16 horas, na Matriz do banco, com uma Comissão de Negociação Paritária. Pelas entidades sindicais: ContrafCUT, Sindicato dos Bancários do Pará, Afbepa e FETEC-CN.

As fotos (cedidas pela Afbepa)  mostram entidades sindicais entregando a minuta do Banpará ao presidente do banco. Além da minuta específica, foi entregue também a minuta geral e o pré-acordo.

Clique aqui e veja detalhes da minuta do banco da Amazônia.

Agenda da luta. Se ligue:

26 - Pela manhã, no auditório do Seeb-Pará, debate com o deputado Cláudio Puty (PT-PA) sobre "Sistema Financeiro Nacional". Puty é o presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
 

26, sexta/noite - Sexta cultural, com a edição calouros bancários. Na sede do Seeb-Pará.
 

30 e 31 , em São Paulo - Primeiras rodadas entre o Comando Nacional e os banqueiros. Temas: emprego e reivindicações sociais.

1º/9 - Sede do Seeb-Pa - Assembleia de mobilização do Banpará.

5 e 6/9 - Em Sampa, 2ª rodada. Saúde e condições de trabalho  


8/9 - Primeira rodada de negociação do Banpará, na Matriz às 16 h.

9/9 - Primeira rodada de negociação do BASA, em Belém.  

13/9 - Em Sampa, a 3ª rodada: remuneração
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Pra ficar por dentro
Saiba quais são as propostas da ContrafCUT para regulamentar o artigo 192, da Constituição Federal:

  •  Discutir o papel do Banco Central.

  •  Destinação do crédito por áreas determinadas segundo as necessidades de desenvolvimento econômico nacional ou regional.

  •  Ampliação do Conselho Monetário Nacional (com representação dos trabalhadores, sociedade e movimentos sociais).

  •  Exigência com relação a manutenção dos empregos a partir de qualquer incentivo ou socorro financeiro por parte do governo.
  •   Realização da Conferência Nacional do Sistema Financeiro
     
    •  Formulação de mecanismos de incentivo para o desenvolvimento das microfinanças - aprofundar o debate da importância do cooperativismo e a atuação dos correspondentes bancários no país.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Hoje, BASA e Banpará recebem a nossa pauta de reivindicações. Campanha 2011

É hoje a entrega das pautas de reivindicação específicas do Banco da Amazônia e do Banpará. O do BASA é às 10 horas e do Banpará, ao meio dia.

Amanhã, 25 será lançada oficialmente a campanha nacional dos bancários e bancárias no Pará.

Calendário da luta:
12 - Comando Nacional entregou nossa pauta aos banqueiros
16 - ContrafCUT e sindicatos fizeram audiência pública na Câmara dos Deputados e sessão do descarrego no banco Central sobre correspondente bancário

24, hoje - às 10 h, Comando entrega a pauta no BASA e às 12h, Seeb-Pa, Fetec-CN, ContrafCUT e Afbepa entregarão no Banpará. 

25, quinta - Seeb-Pará lança a campanha nacional 2011 no Pará;
26, sexta  - Pela manhã, no auditório do Seeb-Pará, debate com o dpeutado Cláudio Puty (PT-PA) sobre "Sistema Financeiro Nacional". Puty é o presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

 26, sexta/noite - Sexta cultural, com a edição calouros bancários. Na sede do Seeb-Pará.
30 e 31 , em São Paulo - Primeiras rodadas entre o Comando Nacional e os banqueiros. Temas: emprego e reivindicações sociais.

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Principais bandeiras de luta no Banpará:
 
PCS – Entrega imediata do relatório final e Promoção para todos, sendo: por merecimento em 2011, e por antiguidade em 2012;

PLR -  20% do lucro líquido e que seja distribuída linearmente para todos e todas, ou seja, ativos e licenciados por motivo de doença por todo o período que durar o afastamento;

Comissões – Aumento de todas as comissões retroativamente a junho de 2011;

Licença-prêmio – Com isonomia para todas e todos os funcionários novos e antigos, independente de estarem aposentados ou do tempo de serviço;

Segurança para todos – Contratação imediata de empresa especializada que fique responsável pela guarda das chaves das agências e PAB’s. Reestruturação da área de segurança e saúde;

Adicional - de 40% ao salário de todos os funcionários a título de insalubridade, bem como 30% a título de periculosidade, devido a natureza da atividade bancária;

Custeio - do  tratamento das doenças do trabalho para empregados da ativa e aposentados por invalidez e empregados com traumas e/ou ferimentos em situação pós-assalto.

Ponto Eletrônico - Com registro obrigatório para todos os funcionários, inclusive os de nível gerencial;

Mais bancários – Concurso público e contratação de mais 300 bancários para suprimento de postos e agências;

Plano de Saúde - direito de incluir pai e mãe no plano da Unimed.

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Principais bandeiras de luta no Banco da Amazônia:

PCCS

- Lutar pelo novo PCCS;

- Possibilidade de encarreiramento do quadro de apoio e acesso a todas as funções;

- Piso de salário do Dieese de R$ 2.297 (em junho);

- TC's: Implantação do piso mínimo da categoria profissionais;

Diante do fato de que a negociação e implantação de um novo PCCS poderá levar algum tempo, ficou também aprovada:

- Possibilidade imediata do quadro de apoio ter acesso às demais funções comissionadas;

- Elevar o piso dos TB's para o mesmo patamar dos demais bancos federais;

- Salários iguais para os supervisores de agência com os supervisores da Matriz.


Emprego e Remuneração

- Combate a todas as formas de terceirização;

- Ampliação das contratações;

- Concurso publico regionalizado;

- Isonomia salarial entre novos e antigos funcionários;

- Tíquete refeição e alimentação com valor equivalente a um salário mínimo;

- Rever o mapa de dotação de pessoal das unidades a partir do plano de negócios.


Saúde e Condições de trabalho

- Casf: fim da contribuição extra, aumento da contrapartida paga pelo banco;

- Combate às metas e ao assédio moral;

- Mapear as condições de trabalho das unidades, diante da precariedade das instalações e equipamentos;

- Proibição de transporte de valores feito por funcionários;

- Proibição de penalizações aos funcionários em agências nos casos de diferenças e furtos no transporte de valores por empresas terceirizadas.
 .....
Principais reivindicações da categoria:

Reajuste Salarial 
12,8% (5% de aumento real mais a inflação projetada de 7,5%)

PLR - Três salários mais R$ 4.500

Pisos
Portaria - R$ 1.608,26
Escritório - R$ 2.297,51
Caixa - R$ 3.101,64
1º Comissionado - R$ 3.905,77
1º Gerente - R$ 5.169,40

Vales Alimentação 
R$ 545
 Tíquete Refeição   R$ 545  
 Auxílio-creche/babá - R$ 545 

PCCS - Plano de Cargos, Carreiras e Salários para todos

Auxílio-educação - pagamento para graduação e pós

Emprego
Ampliação das contratações
Fim da rotatividade 
Combate às terceirizações 
Garantia contra dispensas imotivadas (Convenção 158 da OIT)
Banco para todos, sem precarização

Outras prioridades
Cumprimento da jornada de 6 horas
Fim das metas abusivas
Combate ao assédio moral e à violência organizacional
Segurança contra assaltos e adicional de 30% de risco de morte 
Previdência complementar para todos os trabalhadores
Contratação da remuneração total
Igualdade de oportunidades

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Campanha 2011: agora é valendo. Negociação dias 30 e 31 de agosto


Agora é valendo. Já está marcado para terça e quarta da semana que vem, 30 e 31 de agosto, as primeiras rodadas de negociação entre bancários e banqueiros, em São Paulo. Nossa pauta de reivindicações foi entregue aos banqueiros no dia 12 de agosto, pelo Comando Nacional. No dia 24, depois de amanhã, em Belém, entidades sindicais entregarão aos BASA e Banpará as pautas específicas de reivindicação.

Datas das negociações em Sampa
1ª rodada: 30 e 31 de agosto - emprego e reivindicações sociais
2ª rodada: 5 e 6 de setembro - saúde e condições de trabalho
3ª rodada: 13 de setembro - remuneração

Principais reivindicações da ctegoria:

Reajuste Salarial 
12,8% (5% de aumento real mais a inflação projetada de 7,5%)

PLR - Três salários mais R$ 4.500

Pisos
Portaria - R$ 1.608,26
Escritório - R$ 2.297,51
Caixa - R$ 3.101,64
1º Comissionado - R$ 3.905,77
1º Gerente - R$ 5.169,40

Vales Alimentação
R$ 545
 Tíquete Refeição   R$ 545  
 Auxílio-creche/babá - R$ 545

PCCS - Plano de Cargos, Carreiras e Salários para todos

Auxílio-educação - pagamento para graduação e pós

Emprego
Ampliação das contratações
Fim da rotatividade 
Combate às terceirizações 
Garantia contra dispensas imotivadas (Convenção 158 da OIT)
Banco para todos, sem precarização

Outras prioridades
Cumprimento da jornada de 6 horas
Fim das metas abusivas
Combate ao assédio moral e à violência organizacional
Segurança contra assaltos e adicional de 30% de risco de morte 
Previdência complementar para todos os trabalhadores
Contratação da remuneração total
Igualdade de oportunidades


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