terça-feira, 13 de outubro de 2009

Cadê a Proposta Mary Fê?

* Por Alan Rodrigues

Como ocorrido em outros anos, os bancários da Caixa Econômica Federal continuam em greve. Apesar de ser esta categoria conhecidamente vanguarda no movimento grevista, a Diretoria da Caixa insiste em, no mínimo, afrontar o movimento com propostas muito aquém do reivindicado e mais distantes ainda de restabelecer o que, outrora, foram as condições de trabalho e mesmo de vida dos colegas da Caixa.

Durante anos de governo FHC a categoria sentiu na pele os “efeitos adversos” do receituário neoliberal imposto ao país, ou melhor, aos trabalhadores, pois lembramos que o sistema financeiro nessa época já desfrutava dos lucros fabulosos que, de lá pra cá só fizeram crescer. Agora – e nada mais do que justo – com um governo eleito por nós, trabalhadores e trabalhadoras desse país continental, a categoria que ver e sentir, na pele e no bolso, sua condição de vida restabelecida e quando se sente ameaçada, inimaginavelmente, por este mesmo governo que elegeu, recorre ao meio legítimo que os trabalhadores dispõem – A Greve. Além de tudo isto disto, mais difícil ainda é compreender que os empregados da Caixa tenham tratamento diferenciado dos de outro banco federal que, aliás, diferentemente da Caixa, tem que prestar contas a acionistas privados além do governo federal.

Lembramos à diretoria de Caixa e ao governo que, apesar da queda do lucro, alguns itens que compõem o resultado do banco – e que estes sim têm contribuição direta da grande maioria de seus funcionários - tiveram aumento expressivo, o que se reflete diretamente na carga de trabalho dos funcionários. A captação de recursos teve um acréscimo de 21,5%, a receita das operações de crédito cresceu 37%, as operações habitacionais 71,2%.

As entidades sindicais, representando todo o corpo funcional da Caixa, nada mais requerem do que a valorização que lhes é devida - proporcional ao esforço e responsabilidades que lhes são imposta - não apenas como operador dos principais programas sociais deste país ou como banco comercial gerador de valiosos dividendos ao tesouro, mas com parte da sociedade que deseja, acima de tudo, o devido reconhecimento e valorização pelo seu trabalho.

* Alan Rodrigues é funcionário da Caixa Econômica Federal da Ag. Museu - Belém/PA.

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