quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Bancários da Caixa mantêm greve no Pará e no Amapá

Gerentes tumultuam a assembleia da Caixa no Pará e Amapá, mas a categoria decide por ampla maioria, acatar a orientação do Comando Nacional e permanecer em greve.

No Banco da Amazônia a greve continua firme e forte e amanhã entrará no 22o. dia.

À luta, companheirada!

Os trabalhadores rejeitaram a nova proposta de PLR da Caixa e querem valorização do piso e da carreira, isonomia entre os empregados, tíquete alimentação para os que se aposentarem, índice diferenciado na tabela do PCS, dentre outras reivindicações.

Por ampla maioria, os bancários e bancárias da Caixa Econômica Federal no Pará e no Amapá decidiram manter a greve na empresa, por tempo indeterminado. A decisão ocorreu nas assembléias deliberativas realizadas na tarde desta quarta-feira (14), na sede do Sindicato dos Bancários, em Belém, e na Delegacia Sindical dos Bancários, em Macapá, e que avaliaram a proposta apresentada pelo banco na reunião de negociação com o Comando Nacional da categoria, ocorrida na terça-feira, em São Paulo.

Os trabalhadores rejeitaram a nova proposta de PLR da Caixa, que previa a distribuição de valores fixos por Grupos de Cargos, definidos "de acordo com a complexidade das atribuições", variando de R$ 4 mil a R$ 10 mil. Além disso, a proposta também previa a antecipação até o dia 3 de novembro de 2009 de 100% do valor aplicando a regra básica da Fenaban. A segunda parte seria paga em março de 2010.

Porém, itens fundamentais como isonomia e valorização salarial feita no âmbito do Plano de Cargos e Salários (PCS) não foram contemplados. Os empregados presentes na assembléia de hoje consideraram a contratação de três mil novos empregados positiva, mas incapaz de resolver o problema crônico de excesso de trabalho a que está submetido o conjunto dos empregados em todo Brasil.

"A nova proposta apresentada pela Caixa não contempla a demanda de seus empregados em greve. Apenas a mudança no modelo da PLR é insuficiente. Temos muitas demandas que estão na pauta e que devem ser atendidas pela empresa. É necessário que haja valorização do piso e da carreira. Assim, entendemos que uma proposta possível de ser aprovada deve contemplar a isonomia entre os empregados, tíquete alimentação para os que se aposentarem, índice diferenciado na tabela do PCS, e nenhuma perda de direitos", argumenta Maria Gaia, diretora do Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá e empregada da Caixa.

A diretora também afirma que "é necessário que a Caixa coloque bem claro na mesa a proposta para os dias parados, pois a forma como está colocada gera dúvidas sobre como será a compensação, se haverá anistia ou não". Sobre a compensação dos dias parados, a Caixa propôs seguir a regra negociada com a Fenaban, com compensação dos dias não trabalhados por motivo de paralisação entre os dias 17 de setembro e 14 de outubro, com prestação de jornada suplementar até o dia 18 de dezembro.

Gerentes tumultuaram – Tanto na assembléia de Belém, como na de Macapá, um pequeno grupo de gerentes da Caixa Econômica compareceu, em um claro movimento patrocinado pela direção do banco, através de vídeo-conferência, para aprovar a proposta da empresa e desmobilizar o movimento grevista. Porém, em ambas as assembléias a grande maioria dos empregados da Caixa manteve a greve. Inconformados com os resultados, os gerentes tumultuaram as reuniões, em cenas lamentáveis de agressões verbais contra os bancários que decidiram pela manutenção do movimento.



E em São Paulo

A proposta da Caixa Econômica Federal foi considerada insuficiente pelos bancários. Mais de 1.500 trabalhadores reunidos em assembleia na Quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, na tarde de quarta-feira 14, deram uma lição de solidariedade e bravura e decidiram manter a greve que chega ao 22º dia na quinta 15.

A manutenção da greve por tempo indeterminado foi orientada pelo Comando Nacional dos Bancários, já que a proposta da Caixa não atende reivindicações consideradas fundamentais como a isonomia de direitos, evolução no Plano de Cargos Comissionados (PCC) e aumento no número de novas contratações. Prioridades definidas durante congresso nacional dos trabalhadores (25º Conecef).

O presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino, que esteve em Brasília nos últimos dois dias em negociações com a direção da Caixa fez um discurso emocionado, conclamando a assembleia à união. “Entramos nessa greve, a maior dos últimos anos na Caixa, com a unidade de todos os bancários, em todas as funções, de agências e concentrações. Assim estamos mantendo a greve e assim a terminaremos”, disse. “Somente com essa unidade poderemos avançar, negociar um PCC que contemple todos os trabalhadores, arrancar mais contratações ou qualquer outra conquista.”

Fonte: Bancários PA/AP e Seeb-SP, com edição da Artban.

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