quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Santarém, Juruti, Altamira: o Pará integrado pelas ações do governo, diz Cláudio Puty

Neste bloco da entrevista concedida ao Arte Bancária em 15 de novembro, o chefe da Casa Civil do Governo do Pará, afirma que não há corrupção no governo.
E que o novo modelo de desenvolvimento implantado desde 2007 no estado começa a dar frutos e unificar as regiões.
Aqui, ele fala do oeste do Estado, Belo Monte e da emoção de conceder um título de terra coletivo aos moradores de Juruti Velho, bem no local onde fica a mina de bauxita. "Isso vai entrar para os manuais dos movimentos sociais".

Arte Bancária: Em relação ao oeste do estado, o que está sendo feito para aquela região que também reclama muito do abandono histórico do Estado e do Governo?

Claudio Puty: Vamos começar pelo estrutural, unir aí três coisas.

Primeiro: Juruti embarcou seu primeiro carregamento de bauxita, isso é histórico.

Em segundo, se nós considerarmos Altamira oeste do estado, estamos defendendo Belo Monte ali pra ter energia elétrica, ICMS – defendemos historicamente a mudança na taxação de ICMS para energia elétrica – o asfaltamento da transamazônica e o asfaltamento da Cuiabá – Santarém, com condicionantes ambientais, todas essas ações.

No caso de Juruti nós dialogamos com a comunidade de Juruti –Velho e com o INCRA, fizemos uma coisa da qual nos orgulhamos que eu acredito que vai entrar no manual dos movimentos sociais.

Nós, junto ao INCRA, com a gestão da Governadora junto ao Presidente Lula, nós entregamos um título de terra, obviamente coletivo, uma CDRU – Concessão de Direito Real de Uso – para a comunidade de Juruti – Velho, onde fica a mina. Eles vão ter direito a uma alíquota da extração da bauxita. Então isso é uma coisa histórica.

Em Altamira, nós estamos defendendo que Belo Monte, como eu disse anteriormente, tenha uma cota de energia elétrica para os produtores locais e para quem entrar na licitação, porque a ALCOA quer fazer uma planta de alumínio dentro da região. O asfaltamento da BR 163 foi precedido por um plano de mitigação dos impactos e ao mesmo tempo pela aprovação do Zoneamento Econômico Ecológico aqui na assembléia legislativa, pendente à aprovação no Conselho Nacional de Meio – Ambiente, sanção na realidade do Presidente Lula.

Isso aí transforma Santarém num corredor de exportações e nós temos lutado muito inclusive contra os nossos opositores, que querem voltar ao passado, no que se refere ao “oba oba” ambiental, lutado muito contra aqueles que defendem que não há reconhecimentos ambientais nessas obras.

A universidade do Oeste do Pará, que vai garantir oitocentos novos servidores, quinhentos doutores para Santarém e para Juruti, para Óbidos, para Oriximiná, pra Itaituba. Além das obras viárias intermunicipais que não são BR’s, como enfim, obras na Calha Norte, obras entre Santarém e Mojuí dos Campos, nosso compromisso de fazer a Transrioguará. Enfim, ações que, ao mesmo tempo, trazem produção para a legalidade, desenvolvem a região, integram ao Brasil e ao mesmo tempo desenvolve do ponto de vista do conhecimento, que é aquilo que interessa.

Arte Bancária: O balanço que o senhor faz é positivo, então porque que isso não se traduz nas pesquisas de opinião pública?

Claudio Puty: Depende das pesquisas que você estiver vendo. O Governo, nas nossas pesquisas, passou por um momento muito difícil. Com esse inverno, com a crise financeira e está em amplo processo de recuperação. A medida em que as obras são mais vistas, a medida em que a comunicação melhora, que nós falamos mais – essa entrevista é um exemplo disso – eu acho que a medida em que a animosidade da imprensa, que você sabe muitas das vezes o que a motiva a diminue e, a medida em que nós criamos um palanque estável para a Ana Júlia, a Governadora Ana Júlia, a tendência é de franca recuperação.

Nós temos muita coisa pra mostrar, temos que falar o que nós estamos fazendo, porque durante dois anos e meio a Governadora foi alvo de ataques incessantes de desconstrução da sua imagem, da tentativa de caricaturizá-la por parte dos opositores.

Então é contra isso que todos os militantes de esquerda, toda a sociedade civil organizada, democrática têm que se insurgir, porque o problema aqui não é só a continuidade do Governo da Ana Júlia, é a possibilidade de afirmação - com a Governadora Ana Júlia ou não -, de um projeto democrático para futuro.

Que o estado não seja entregue a contraventores, inimigos do meio ambiente, a inimigos dos direitos humanos ou àqueles que pregam uma volta ao passado no campo do meio ambiente.

Arte Bancária: Mas o estado é um grande violador de direitos humanos. Isso acontece aqui no Governo?

Claudio Puty: No Governo, não. Se você está falando do estado, eu diria que sim, ainda sim, mas no Governo não.

Nós fazemos um esforço muito grande de vigilância permanente do estado, da violência estatal, por parte dos funcionários, por parte da ação da polícia, para que essa história vire passado.

Eu acredito que nós avançamos e precisamos avançar ainda mais. Fortalecemos a Corregedoria da Polícia, fortaleceu a Defensoria Pública, criamos uma Secretária de Direitos Humanos e estamos inclusive capacitando policiais para que a história de desrespeito aos direitos humanos por parte do Estado seja coisa do passado.

Arte Bancária: Mas há uma inquietação na sociedade paraense com um certo alto grau de corrupção no Governo, Secretário...

Claudio Puty: Não acredito que exista um alto grau de corrupção no Governo.

Nós sabemos que o Estado brasileiro é muito corrupto, o sistema eleitoral brasileiro é muito corrupto.

Nós defendemos uma reforma eleitoral ampla, que inclua voto em lista – nós eu digo eu e alguns militantes do PT, é uma posição do PT, isso – Voto em lista, financiamento público de campanha, para que aqueles que não tem dinheiro possam disputar pelo menos em condições mínimas de igualdade com quem tem dinheiro e para que se evitem mecanismos de captação de recursos com o uso de métodos pouco louváveis.

Então há uma corrupção sistêmica no Estado brasileiro, é uma corrupção no sistema eleitoral brasileiro.

E o que nós fazemos para combater?

Reforçamos a Auditoria Geral do Estado, você acompanha aí na imprensa, inclusive a auditora geral do Estado faz um belíssimo trabalho, apanha muito da imprensa, porque ela é incansável na caça aos corruptos.

Nós temos sido absolutamente abertos para o Ministério Público, nossas contas têm sido aprovadas pelos tribunais de contas, mas isso é uma disputa, uma vigilância incessante.

(N.R - o restante da entrevista e respectivos vídeos, postados até esta sexta, 27).



2 comentários:

  1. Parabéns ao blog pela entrevista exclusiva com o Chefe da Casa Civil Cláudio Puty. Muito bom saber informações diretas da fonte com tanta riqueza de detalhes políticos que a grande imprensa nem sempre veicula, por não ter interesse em informar, e sim em FORMAR a consciência coletiva de acordo com interesses próprios.

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  2. Meg,


    O Arte Bancária é que agradece a visita ilustre. Venha, sempre querida.
    Abs

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