Instituições financeiras anunciam que
vão disponibilizar mais dinheiro
para empréstimos, ou seja,
ainda mais
trabalho
para os funcionários.
As 15 mil vagas conquistadas
nos públicos precisam
se repetir
nos privados
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A crise financeira internacional está
cada vez mais
distante dos
bancos brasileiros.
Os balanços publicados no
terceiro trimestre deste ano dão conta de resultados cada
vez mais favoráveis
e as instituições agora correm atrás do terreno perdido na
concessão de crédito.
Seguem a trilha de sucesso do Banco do Brasil que divulgou lucro líquido de R$ 1,979 bilhão, alta de 6% em 12 meses, fruto direto da carteira de crédito que avançou mais de 40% desde o estopim da crise, em setembro de 2008, chegando a R$ 301,4 bilhões.
O estoque representa um quinto de todo o sistema financeiro.
Os três grandes privados do país
– Itaú/Unibanco, Bradesco e Santander – prometem injetar no mercado algo entre R$ 40 bilhões e R$ 60bilhões para empréstimos nos últimos três meses do ano para tentar recuperar o terreno perdido para os bancos públicos.
“Finalmente os bancos estão fazendo o papel
que lhes cabe,e tão cobrado por nós, de investir para fomentar a economia”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino. “Mas vão ter de contratar
para fazer frente
ao trabalho que vai crescer.
Concessão de
crédito é serviço bancário e serão necessários mais trabalhadores
para que o ritmo
já alucinante nas agências e departamentos
não seja agravado por algo que vai beneficiar os bancos e toda a sociedade.
Tem de ser bom também para os bancários”,
destaca Marcolino.
O presidente do Sindicato lembra as 10 mil contratações conquistadas no Banco do Brasil e das 5 mil novas vagas arrancadas da
Caixa após a
greve deste ano.
“Os bancos públicos estão criando novos postos de trabalho para fazer frente a esse mercado crescente de
crédito e para acompanhar o
país que está crescendo. Se os privados acham
que só aumentar o crédito vai resolver, vão continuar
comendo poeira. Precisam contratar para melhorar as condições de trabalho e os serviços oferecidos aos clientes”, cobra Marcolino.
Empregos – Os bancos estão
devendo mais
postos de trabalho para o país.
No final da
década de 1980
havia pelo menos
200 mil bancários
a mais que atualmente.
Hoje o número de funcionários não
passa de 465 mil.
As fusões, que tanto fortalecem os caixas das instituições financeiras, é uma das responsáveis pela redução de postos de trabalho no setor – junto com outros culpados como a terceirização de serviços e a automação.
Três grandes processos de fusão preocupam os trabalhadores.
Banco do Brasil e Nossa Caixa – onde já foi anunciado um PDV do qual o Sindicato discorda – Itaú/ Unibanco – que já acumula cerca
de 6 mil demissões
no conglomerado – e Santander Real – com 2.300 desempregados no grupo entre setembro de 2008 e setembro 2009.
“Demissões no setor são inaceitáveis”, salienta Marcolino. “Vamos continuar
com uma campanha forte pelo fim das demissões e pela geração de novos postos de trabalho.
Se os bancos querem conceder mais crédito, precisam de bancários e têm de contratar. Não há como os que estão nas instituições assumirem novas responsabilidades,
sob pena de aumentar ainda mais o grave nível de adoecimento de bancários que faz do setor um dos piores para se trabalhar no Brasil”, completa o presidente do Sindicato.
Os dados do Ministério do Trabalho e Emprego comprovam o que diz Marcolino: enquanto as empresas brasileiras criaram mais de 1 milhão de novas vagas, nos primeiros nove meses de 2009 houve uma redução de 2.008 postos no setor financeiro.
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