sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Cláudio Puty: obras só são palácios de cristal?

Essa é a pergunta que faz o secretário Chefe da Casa Civil, Cláudio Puty ao demarcar a diferença entre os modelos de desenvolvimento do governo Ana Júlia e o dos tucanos, do PSDB.

Fala também sobre a relação do governo do Pará com o PTB de Duciomar, após a derrota do projeto de privatização da água. Que partidos compõem a base de apoio de Ana Júlia.

Leia aqui, no bloco 4 da entrevista feita pelo Arte Bancária em 15 de novembro.

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Arte bancária – O senhor falou em PTB e em PR e o PTB acaba de sofrer uma monumental derrota com..sendo enterrado o projeto de privatização da água em Belém. Isso não arranha a relação com o governo do Estado, na tentativa de política de aliança ?

Cláudio Puty Não, em hipótese alguma, em hipótese alguma. O que ocorreu na Câmara foi a combinação de uma ação da oposição, o PMDB, o PT e outros partidos, inclusive o Democratas, o PSDB (risos) na Câmara de Belém e uma... certa desarticulação naquele momento, pontualmente, por parte da bancada governista.

Ser governo muitas vezes é duro. Eu, né, sei disso por experiência própria..,

Muitas vezes parlamentares da própria base aliada querem mandar recados. Então, ali foi muito mais uma combinação desses fatores do que um movimento articulado por parte do governo.

O que nós sempre dissemos para o prefeito Duciomar é que queríamos uma ação negociada para a questão da água em Belém. Falamos isso várias vezes, falamos isso para a bancada do PT que o Governo do Estado, não é o PT, é o Governo do Estado, queria uma solução negociada: adquirir o patrimônio do Saaeb [Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém], transformar o Saaeb numa agência reguladora, garantir que a Cosanpa continuasse, que a Cosanpa é a atual, né, empresa que tem a concessão da água em Belém, ela produz água, no sentido que tem o controle dos mananciais, distribui a água em Belém, com muitos problemas também por falta de investimento passado.

Então, o que é que aconteceu?

Queríamos uma solução negociada, essa votação na Câmara acabou por acelerar o processo, não vejo problemas de nós votarmos o projeto na Câmara de Vereadores que adeque Belém ao marcos da Lei de Saneamento: Saaeb como agência reguladora; Cosanpa enquanto empresa concessionária. Agora é hora de conversarmos com o prefeito. Então por causa disso temos acordo com o que deve ser de acordo com a lei de saneamento. Não vejo problema em relação a isso.

A conversa vai caminhar e se tudo der certo o PTB e o PR estarão na chapa de apoio à Governadora Ana Júlia.

Arte bancária Na política de alianças, que partidos hoje apóiam o Governo do Estado?

Cláudio Puty O PRB,o PC do B, o PSB, PV, PP, PDT, o próprio PTB tem presença no governo, PR tem presença, o PMDB tem presença expressiva no governo,o PT, o PSC, partidos como o PMN que agora acabou de filiar o deputado Alessandro Novelino, eu acho que são esses, são cerca de 16 partidos que compõem a base de apoio do governadora.

Ah! E mais recentemente o Partido Progressista [PP], do deputado Gérson Peres.

Arte bancária – Isso com... juntando com o PMDB assegura uma reeleição tranquila ?

Cláudio Puty Acredito que sim. E mais do que isso, mais do que a aliança entre os partidos, os resultados que nós temos no governo, as políticas sociais, o Pro-Jovem, o Bolsa-Trabalho, as políticas no campo, a regularização fundiária com o “Terra-Legal” ,as ações do Ação Metrópole aqui em Belém, são ações que estão em maturação e que agora já aparecem na cidade e no estado.

Arte bancária – Secretário, diga assim uma diferença básica do modelo de desenvolvimento do Governo Ana Júlia e o modelo de desenvolvimento dos tucanos.

Cláudio Puty Fundamentalmente, os tucanos, o PSDB, ele optou, pragmaticamente, por uma ação de governo, frente à complexidade da gestão do Estado com a quantidade grande de órgãos, problemas óbvios de limites orçamentários e financeiros para administrar um estado do tamanho do Pará, a quantidade de conflitos que temos no campo e na cidade, eles optaram por uma fórmula que pra nós é conservadora.

É uma aliança de partidos, uma aliança de partidos, uma série de acordos convencionais com prefeitos e lideranças mais tradicionais e isso se expressa na quantidade de obras feitas simplesmente com convênio entre prefeitura com o repasse direto de recursos para as prefeituras, como forma de cooptar prefeitos, obviamente, e uma série de obras-símbolo, vistosas, nas regiões.

Então, no caso do Almir , no primeiro mandato, tivemos a Estação das Docas. O Almir, no segundo mandato, nós tivemos o Mangueirão e alguma outra obra de maior visibilidade e, no caso do Jatene, tivemos os hospitais regionais que, em grande medida, ele não inaugurou os hospitais regionais. Então, a opção por isso.

No nosso caso, optamos por estruturar o estado, primeiro reconstruir o estado, a partir de ações que são menos vistosas, mas necessárias para o desenvolvimento: reformas de escolas, contratação de professores, repasse direto de recursos sob a forma de bolsas, como o Bolsa-Trabalho, como o Pro-Jovem, por exemplo, como o Bolsa-Talento, como forma de estruturar política social associadas a metas sociais. Metas no esporte, metas na educação, metas na saúde.

A constituição, por exemplo, na saúde básica, em vez de construir hospitais regionais, que são muito onerosos para o Estado e não resolvem o problema das regiões, no que se refere à saúde, é fortalecer a gestão da saúde municipal.

Então, talvez, menos visibilidade e a constituição de uma teia de proteção social, uma teia de estruturação de políticas estatais que, a nosso ver, dão melhores resultados, tanto no que se refere à distribuição de renda, à constituição de uma rede de proteção social, quanto no que se refere, no sentido mais amplo,

Enfim, menos visibilidade, mais consistência, mais substância no sentido de combater os índices de desigualdade e exclusão social do nosso estado.

Arte Bancária – Mas se tem esse caminhão de obras e programas que o senhor citou há pouco, por que que a gente só vê a informação de que não tem obras no Estado?

Cláudio Puty Isso foi...Grande parte da ação da oposição é baseada na.. .era baseada, porque agora as obras estão aparecendo de forma muito mais clara, então elas perdem discurso, mas durante algum tempo, como todo governo passa por um período de organização, de licitações, de captar recursos, de início das obras, então é muito fácil fazer o discurso de que é um governo sem obras.

Mas a história do governo sem obras também tá associado com o que eu acabei de dizer: é que nos priorizamos, em vez de fazer obras vistosas, Hangar, Centro de Convenções, Mangal das Garças, em fazer uma série de ações estruturantes nos municípios, nos municípios e estruturantes no Estado.

Quando se fala em asfaltamento da Transamazônica, da Cuiabá-Santarém, quando se fala das eclusas de Tucuruí, quando se fala da hidrovia, que nesses caso com cem obras federais foi fundamental nos termos um governo federal aliado; a siderúrgica em Marabá, quando se fala da Ação Metrópole, enfim,poderíamos listar uma série de outras obras: a nova Santa Casa,

Nós só podemos dizer que é puro preconceito, talvez de classe, quando se diz que as obras

Taboquinha, Fé em Deus Pantanal, Riacho Doce, Residencial Liberdade, as obras da macrodrenagem do Tucunduba...dizer que não são obras...

Obras só são palácios de cristal?

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