terça-feira, 13 de setembro de 2011

Banqueirada não apresenta proposta e marca nova rodada para o dia 20

Nos três blocos de negociação que houve em São Paulo entre o Comando Nacional e os bancos, o tom dos banqueiros foi de desconsiderar a gravísima situação de insegurança que cerca bancários, vigilantes, usuários e clientes. A banqueirada  manteve o mesmo tom de descaso ao ser confrontada pelo Comando Nacional com os dados e estatísticas oficiais acerca do adoecimento na categoria por conta de metas abusivas e assédio moral, além das péssimas condições de trabalho.

Esse tom de desrespeito continou durante a rodada desta segunda-feira 12, quando os bancos sequer trouxeram uma proposta de remuneração, ponto de pauta da reunião. No quadro mais abaixo, feito pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, lerás o posicionamento do Comando Nacional e a réplica dos banqueiros para cada item reivindicado pela categoria.


Os bancos ficaram de apresentar uma proposta global no dia 20 e o Comando Nacional orienta mobilizações nos bancos nos dias 14, 15 e 16.

No dia 14, haverá duas rodadas de negociação no Banpará, em Belém, uma para tratar do PCS e outra, específica de reivindicações. E no dia 16, é a negociação com o Banco da Amazônia. O calednário completo, mais abaixo.

Clica aqui, para teres a informação completinha.




Bancos e bancários na mesa de negociação
Aumento real
para os negociadores dos bancos, os bancários já estão há sete anos com aumento real e que não esperem ter um salto na remuneração. O Comando destacou que o lucro dos bancos sempre dá saltos gigantes, assim como o volume de serviço dos trabalhadores. Dentre as dez empresas mais lucrativas do país em 2010 cinco eram bancos. Os bancários querem aumento real como tiveram 85% das categorias até agora. Querem ganhar como ganharam os banqueiros.
Valorização do piso
para a Fenaban o piso dos bancários é alto, teve reajuste extraordinário em 2010 e que este ano a correção será igual à dos salários. Os representantes dos bancos acham que não dá para pensar que todo ano haverá reajuste diferenciado para o piso. O Comando destacou que apesar de o Brasil ser a sétima economia do mundo, a desigualdade é grande – só perde para o Haiti, Bolívia e Equador na América Latina. No caso dos bancos, os executivos chegam a ganhar 400 vezes mais que o piso dos bancários, isso só acontece no Brasil e tem de ser combatido.
Vales refeição, alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche babá
Fenaban avisou que não pretende dar reajuste diferente dos salários e disseram que é ruim colocar mecanismo de correção como salário mínimo. Bancários aceitam discutir mecanismo, mas querem debater valor atual, que não dá pra fazer supermercado nem refeição diária. Para eles, os tíquetes são auxílio, e não devem cobrir a integralidade dos gastos. O Comando ressaltou que o reajuste diferenciado desses itens foi apontado em consulta como extremamente importante pelos trabalhadores.
Plano de Carreira, Cargo e Salário (PCCS)
a resposta é não. Para Fenaban isso deve ser feito por acordo com cada banco, não querem colocar em Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Comando cobrou transparência, já que os bancários não conhecem os PCCS dos bancos onde trabalham. Como os próprios técnicos da Fenaban afirmaram em seminário da entidade, os PCCS são caixa-preta. Para o Comando, os maiores interessados, os bancários, têm de saber como funciona.
Salário do substituto
também disseram NÃO à reivindicação de o bancário receber salário correspondente ao cargo que estiver substituindo. Bancos veem como favor, oportunidade para o trabalhador. Para o Comando, isso é exploração. O bancário acumula a responsabilidade do serviço, tem capacidade e deve ganhar por isso.
Auxílio-educação
Fenaban diz que é política de cada banco e não querem colocar na CCT. Comando insistiu porque essa é uma cobrança do setor e pré-condição para a seleção dos funcionários.
PLR - Participação nos Lucros e Resultados
bancários querem três salários mais R$ 4.500, considerado modelo mais justo e mais claro. E cobraram maior distribuição dos altos lucros, não compensação dos programas próprios, pagamento aos afastados e aos que participaram do exercício, além da discriminação dos valores (o que é PLR e o que é programa próprio). Fenaban quer continuar compensando e não quer mudar modelo. Vai discutir com bancos a possibilidade de discriminar valores.
Planos de previdência complementar
para Fenaban cada banco faz como acha que deve ser e se recusa a colocar na CCT. O Comando debateu a importância de o bancário ter direito a se aposentar com dignidade, sem queda na remuneração e sem perder o plano de saúde. Os bancos consideram isso problema do Estado, mas Comando lembrou que executivos têm tudo isso garantido pelas instituições financeiras quando se aposentam.


Este é o calendário de negociações:

Dia 13 - negociação específica com a Caixa, em Brasília-DF
Dia 13 - negociação específica com o Banco do Nordeste,Fortaleza-CE
Dia 14, às 9 h, Matriz do Banpará: negociação específica sobre PCS, Belém-PA
Dia 14, às 16 h, na Matriz do Banpará: negociação específica sobre saúde, segurança e condições de trabalho, Belém-PA

Dia 14 - negociação específica com o Banco do Brasil, em Brasília-DF
Dia 16, às 10 h - negociação específica com o Banco da Amazônia, Belém-PA. Se a pauta não for esgotada, prossegue na 2ªfeira, 19
Dia 20 - quarta rodada de negociação com a Fenaban, em SP
Dia 20 - negociação específica com o Banco do Brasil
Dia 21 - às 16 h, Matriz do Banpará: negociação específica, Belém-PA
Fonte: redação do Arte, com informações da ContrafCUT e Seeb-SP.

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