Significa legitimar o golpe militar e, na prática, condenar a resistência democrática pacífica ou não, comparando seus participantes aos golpistas, punindo de novo os que foram presos ilegalmente, torturados, assassinados, demitidos de seus empregos, exilados, expulsos do país, e tiveram mandatos cassados e seus direitos políticos e civis suspensos, muitos até mesmo a nacionalidade brasileira.
O mais grave é que representará uma ruptura com a História, com a memória e a esquerda que apoiou e defende o governo Lula. Terá conseqüências não apenas dentro do governo, mas na sucessão. Do ponto de vista externo, transformará o Brasil no único país que não cumpre as convenções internacionais sobre direitos humanos - como a de Viena - e todas as resoluções das Nações Unidas sobre a questão.
Não há como pedir aos que lutaram pela democracia e à sociedade brasileira que aceitem mais essa desproporcional e inusitada pressão para revogar itens básicos de um plano mínimo de Direitos Humanos. Muito menos pedir que aceitem igualar as vítimas com os algozes.
Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr
Nenhum comentário:
Postar um comentário