quinta-feira, 5 de abril de 2012

Banpará demite bancário sem dar a menor chance de defesa. Entidades sindicais paralisam agência e vão ampliar a mobilização

FETEC-Centro Norte, ContrafCUT, Sindicato dos Bancários do Pará e Afbepa fecharam hoje durante todo o expediente bancário a agência Banpará Cidade Nova, última agência em que trabalhou o bancário demitido pela diretoria do banco de forma arbitrária, ilegal e injusta.

O bancário foi demitido sem que tivesse a mínima chance de defesa e sem passar pelo Comitê Disciplinar, órgão paritário e que existe no Banpará há 25 anos. A diretoria do Banpará efetivou a demissão sem encaminhar o assunto ao comitê disciplinar, rasgando as leis trabalhistas, o regulamento de pessoal do banco e o bom senso.

Clientes que estiveram hoje na ag. Banpará Cidade Nova parabenizaram a ação conjunta das entidades na defesa intransigente dos direitos dos trabalhadores e do respeito às leis e à democracia. Como disse uma cliente ouvida pelo Arte Bancária: "Vocês estão certos, tem que lutar e resistir, senão eles vêm se voltar contra todo mundo. E eles não são mais que nós. Acabou esse tempo de "manda quem pode, obedece quem tem juízo!".

As entidade sindicais constataram que a agência está com um quadro reduzido de funcionários e que há extrapolação de jornada, não-pagamento integral de horas extras e que a agência precisa ser ampliada, mudada de local, pois é pequena para o volume de atendimento.

Falta de ar e de alma - No Banpará, atualmente, há:
  •  um clima de violência organizacional, 
  • assédio moral em muitas agências e até setores da Matriz,
  • bancários trabalhando muito além do horário e sem o pagamento devido de horas extras; 
  • burla gritante da legislação trabalhista; 
  • quebra de usos e costumes como o do almoço aos funcionários em dias de pagamento de governo em que agências superlotam e o dia é curto para o expediente bancário; 
  • alto nível de pressão das metas e das cobranças absurdas;
  • um clima de caça às bruxas, bem policialesco e de retrocesso antes nunca visto nos 50 anos de existência do Banpará;
  • adoecimento, por conta da pressão e da ausência de diálogo;
  • numa empresa que tem 80% de bancários comissionados, tirar as comissões sem nenhuma justificativa razoável, é implantar um sistema de terrorismo repudiado pelas entidades e pelas pessoas de boa vontade. É o que a diretoria tem feito, desde que assumiu, em janeiro.2011;
  • na linha de implantar o terrorismo, a atual diretoria não aceita a livre-opinião, a divergência, o contraditório. Quem se posiciona, mesmo que educadamente, contrário ao pensamento único da diretoria, tem a comissão tirada, ou é transferido, punido, removido;
  • uma diretoria que tem um comando autoritário, sem diálogo, que deixa as pessoas de cabeça baixa, sem ar. Que age sem alma, com total frieza e igual desrespeito ao ser humano e aos seus direitos.

Uma indagação pertinente: diante dos descomissionamentos, da demissão arbitrária, dos adoecimentos, o que está fazendo a DIRAD, a diretora de administração do banco, responsável pela gestão de pessoas, pela administração dos contratos e pela estrutura da agências, pela vida e pela segurança das pessoas? É tamanho hoje o nível de trabalho extrapolado e estresse no banco, é tamanha a injustiça no meio ambiente humano, que a pergunta procede e urge resposta imediata.

Sindicato, Afbepa, Fetec-CN e ContrafCUT avisaram à população e aos bancários que continuarão com as paralisações até que a diretoria do Banpará reveja a demissão e os descomissionamentos que estão virando "péssima moda" dentro do Banpará. Não toleraremos o assédio moral, a violência organizacional, o ataque à estima, aos direitos e aos valores dos colegas bancários que hoje vivem sob o tacão do autoritarismo no Banco do Estado do Pará. Ma essa diretoria passará!

(Leia abaixo a nota conjunta das entidades sindicais, publicada no blog da Afbepa e distribuído no Banpará no ato público das entidades diante da Matriz em 29 de março de 2012). 

No pequeno cartaz, o resumo da monstruosidade praticada pela diretoria do Banpará: demissão ilegal e a resposta das entidades que é fechar a agência e garantir justiça.
Odinéa, Cristiane Alexio (Sindicato), Kátia (em pé, AFBEPA) e Sheila, delegada sindical. Mulheres de luta à frente da paralisação da agência.
Heládia Carvalho e Cristiane Aleixo, ambas do Sindicato, presentes na paralisação.
Érica Fabíola e a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim e Alan Rodrigues e Cristiane Aleixo.
A agência fechada ao público.Uma indagação pertinente: diante dos descomissionamentos, da demissão arbitrária,o que está fazendo a diretora de administração do banco, responsável pela gestão de pessoas, pela administração dos contratos e pela estrutura da agências, pela vida e pela segurança das pessoas? É tamanho hoje o nível de trabalho extrapolado e estresse no banco, que a pergunta procede e urge resposta imediata.
No autoatendimento, a população lê o manifesto das razões pelas quais as entidades sindicais fecharam a agência do Banpará Cidade Nova.

Rômulo Weyl,  Fábio Gian, Odinéa, Vera Paoloni (falando em nome da FETEC_CN), Rosalina e Érica Fabíola:  uma grande frente unificada contra o terrorismo instalado no Banpará pela atual diretoria.
Paralisação foi pacífica e com muito diálogo com a população. Foi fácil explicar o  clima policialesco hoje existente no Banpará.
No autoatendimento da Agência Cidade Nova, funcionamento normal.
Kátia Furtado (Afbepa), Heládia Carvalho, Odinéa Gonçalves e Cristiane Aleixo: valorosas compas na luta pelos direitos do trabalhador e pela resgate da democracia! (Foto: blog Afbepa)

NOTA CONJUNTA DE REPÚDIO ÀS ARBITRARIEDADES DA ATUAL DIRETORIA DO BANPARÁ

Desejamos o Banpará cada vez mais fortalecido para melhor atender aos interesses do povo do Pará. Lutamos para que seja um dos pilares de uma política de desenvolvimento que tenha como foco a inclusão social a partir da oferta do microcrédito para a geração de trabalho e renda a todas as famílias mais necessitadas, nos municípios mais longínquos, assim como nas periferias das grandes e médias cidades paraenses aonde os grandes bancos públicos e os bancos privados não chegam. Por isso o Banpará é necessário! Seu papel principal é ser um banco para o desenvolvimento social.

Principalmente pelo esforço e dedicação de seus funcionários, o Banpará é um banco saneado, fortalecido, que tem dado lucro ao povo paraense. Em 2011, praticamente a metade dos 124,9 milhões do lucro do Banpará, 60 milhões, foram repassados ao Estado para que sejam aplicados no bem comum da população paraense. Qual outro Banco repassaria a metade de seu lucro para o Estado? Por isso queremos o Banpará público, estadual e cada vez mais forte!

E por isso mesmo não aceitamos que a atual diretoria do Banpará desrespeite a Lei e a história do Banco. Nesta nota, denunciamos as arbitrariedades cometidas pela atual diretoria que afrontou direitos dos trabalhadores e jogou no lixo toda uma história de construção do Banpará.

Recentemente, um bancário foi demitido pela diretoria do Banpará sem justa causa e sem passar pelo julgamento do Comitê Disciplinar. Há vinte e cinco anos que os funcionários do Banpará conquistaram o Comitê Disciplinar, com representação do Banco e dos bancários, como o espaço interno para avaliar eventuais denúncias formuladas contra funcionários. Antes da dispensa, há outras penalidades cabíveis, dependendo da proporção da falta cometida.

A diretoria do Banpará, ao demitir o funcionário, jogou por terra vinte e cinco anos de história do Banpará onde todas as penalidades foram sugeridas no Comitê Disciplinar, e decididas pelo Presidente, que tem a palavra final, com cabimento de recurso. A decisão da diretoria foi arbitrária, equivocada e ilegal. Exigimos que a direção do Banpará volte atrás nessa decisão e reintegre o funcionário para avaliá-lo internamente no Comitê Disciplinar, caso seja necessário. Queremos nada mais nada menos que o cumprimento das formalidades legais e justas. Exigimos justiça social!

Destacamos também o clima de instabilidade organizacional instalado pela diretoria do Banpará que tem mexido com as vidas dos bancários como se fossem peças descartáveis em um tabuleiro de xadrez, exonerando funcionários brilhantes, competentes, capacitados que exercem suas funções há uma década ou mais, sem sequer conversar com os colegas dos setores ou ao menos com os funcionários diretamente atingidos. Foram descomissionamentos sem critério objetivo, decididos ao sabor do humor e da vontade. A impressão que passa é que as decisões são tomadas da noite para o dia, porque é assim que os bancários têm sido tratados: dormem na função e acordam exonerados e com a injusta pecha pública de terem cometido algum erro. Como as decisões são tomadas ao sabor do humor, ninguém sabe quem será a próxima vítima dessa diretoria.

Exigimos que a diretoria do Banpará trate os trabalhadores com respeito! Queremos as regras estabelecidas em toda relação saudável: diálogo e planejamento. Trabalhadores não são máquinas, são pessoas, são vidas que cuidam de outras vidas de familiares, de clientes. O tratamento desumano e ilegal tem causado adoecimentos. A racionalidade administrativa só existe, de fato, quando está equilibrada com bom senso e respeito às vidas dos subordinados. Sem isso, é tirania inaceitável!

ABAIXO AS ARBITRARIEDADES DA DIRETORIA DO BANPARÁ!

REINTEGRAÇÃO IMEDIATA DO FUNCIONÁRIO DISPENSADO!

ANULAÇÃO DE TODAS AS INJUSTAS PORTARIAS DE DESCOMISSIONAMENTOS!

RESPEITO, DIÁLOGO, PLANEJAMENTO!

SEEB/PA – Sindicato dos Bancários do Pará
AFBEPA – Associação dos Funcionários do Banpará
CONTRAF/CUT – Confederação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro.
FETEC/CN – Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito / Centro-Norte
***

Leia a notícia nos site do Seeb-PA e blog da Afbepa:

Bancários param agência Banpará Cidade Nova contra demissões imotivadas

PARALISAÇÃO DE DIA INTEIRO NA AGÊNCIA CIDADE NOVA

Clique na imagem para ler a notícia publicada no Jornal O Liberal de 6.abril.2012

 

3 comentários:

  1. "Na primeira noite eles se aproximam e colhem uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada.
    Na segunda noite, já não se escondem: Pisam nas flores, matam nosso cão...e não dizemos nada.
    Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa: Rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta...E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada" (Mayakowsky)

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  2. QUERIDA amiga Vera,

    infelizmente já tinha conhecimento de arbitrariedades cometidas pela diretoria.

    Será que os administradores não são funcionários de carreira do banco?

    Será que é preciso voltar como era antigamente, traziam pessoas de fora que trabalhavam em outras entidades para o banco?

    Acredito que está faltando é o sindicato estar sempre alerta, para detectar estes problemas, ou abrir um canal permanente de denúncias para evitar mal desta natureza onde os funcionários são levados a estrapolarem suas horas de serviço.

    Lute, minha amiga, não deixe esses péssimos administradores tomarem conta do nosso querido Banco.

    Abração
    Manoel Augusto

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  3. Essas atitudes vão de encontro ao slogan da PAZ do governo tucano. Como diz a letra da música "Paz sem voz não é paz é MEDO". Era de se esperar outra coisa??? Entre a teoria e a prática, nesse governo, existe um grande abismo. Farsantes!

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