Sobre o custo do trabalhador, o chamado encargo trabalhista, costuma se dizer que esse custo está na casa dos 102%. Ontem, o Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos divulgou na chamada grande imprensa um estudo técnico, científico e detalhado demonstrando que os 102% de encargos custam, na realidade, 25%.
Como diz o companheiro Artur Henrique, presidente nacional da CUT, em seu blog, " o empresariado, através de consultores e com a ajuda da grande mídia, tanto divulga a ideia de que cada trabalhador custa duas vezes o seu salário, que até mesmo os assalariados costumam repetir essa falsa informação.
Precisamos desmontá-la.
Os empresários, quando dizem que os encargos custam 102% a mais que o salário propriamente dito, fazem uma conta marota.
Eles consideram como encargo algo que, na verdade, é salário. Confira o que eles consideram como encargo, e não como salário:
- repouso salarial remunerado
- férias remuneradas
- adicional de 1/3 sobre as férias
- feriados
- 13º salário
- aviso prévio em caso de demissão sem justa causa
- multa sobre o FGTS
- parcela do auxílio-doença paga pelo empregador.
Ora, tudo isso é salário, pois compõe o rendimento do trabalhador, aquilo que ele põe no bolso, seja em dinheiro, seja em forma de poupança.
Ora, tudo isso é salário, pois compõe o rendimento do trabalhador, aquilo que ele põe no bolso, seja em dinheiro, seja em forma de poupança.
Quando os empresários separam uma coisa da outra, querem considerar salário só o valor da hora de trabalho. Todos esses outros itens citados acima seriam “despesa extra”, “encargo”, e que poderiam, portanto, ser eliminados.
Para o Dieese e para a CUT, devem ser considerados encargos sociais aqueles que são repassados para o governo e também para entidades empresariais (ora vejam só) como Sesi, Senai, Sesc e outros, com o objetivo inicial de financiar programas universais:
- INSS
-seguro acidentes do trabalho
- salário educação
- Incra
- Sesi ou Sesc
- Senai ou Senac
- Sebrae
Tais encargos, aplicados sobre o salário, representam 25,1%. Jamais 102%.
Vamos lembrar disso neste momento em que a grande pauta do empresariado é a “desoneração da folha”.
Vocês é que querem enganar as pessoas com esses 25%. Vejam bem:
ResponderExcluir1 - Empresário não é nenhuma raça especial, como se o trabalhador fosse vira lata e o empresário Pit Bull. O empresário é simplesmente um trabalhador que decidiu ter seu própio negócio
2 - Quando se fala que os encargos sobre os salários são altos, o que se quer dizer é que o custo para o empregador de cada empregado, é 102% maior que o valor que aparece na carteira de trabalho como salário.
3 - O curioso nesse raciocínio de vocês, é que quando vão reclamar que o salário está baixo, usam o valor da carteira (ou o líquido do contra-cheque, que é ainda menor), porém agora para analisar o custo do empregado, usam um valor bem maior, considerando os "encargos".