terça-feira, 30 de novembro de 2010

Bancos elevam mais os juros em outubro. Mais de 40% ao ano.

A Fetec-Centro Norte finaliza hoje, em Cuiabá-MT, sua assembleia extraordinária em que aprova o orçamento para 2011, faz um balanço da campanha nacional dos bancários em 2010 e aponta os rumos da luta sindical de 2011. Além da diretoria da FETEC, Centro Norte, participam os sindicatos do Pará.Amapá, Brasília, Rondônia, Roraima, Acre, Dourados, Barra do Garças, Rondonópolis, Cuiabá.

Enquanto isso....

Bancos elevam mais os juros em outubro. Mais de 40% ao ano.

A taxa média de juros cobrada das famílias subiu um ponto percentual, de setembro para outubro deste ano, e atingiu 40,4% ao ano, segundo dados divulgados na segunda 29 pelo Banco Central (BC).

No caso das empresas, a taxa média caiu 0,3 ponto percentual para 28,7% ao ano, no período. Com isso, a taxa geral para famílias e empresas ficou em 35,4%, alta de 0,3 ponto percentual. A Selic, taxa básica do país, está em 10,75%, também ao ano.

A inadimplência tanto para famílias quanto para as empresas ficou estável em 6% e 3,5%, respectivamente.

O spread, diferença entra a taxa de captação de recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes na hora do empréstimo, ficou 29 pontos percentuais para as famílias, alta de um ponto percentual. Para as empresas houve recuo de 0,4 ponto percentual para 18,1 pontos percentuais.

O prazo médio de financiamentos para as empresas teve redução de dois dias corridos para 383. Para as famílias, a queda foi de três dias corridos para 538.

.......
No blog do Zé Dirceu:

O partido dos juros altos está em plena atuação

Basta a inflação subir, mesmo que, como agora, por fatores sazonais ou conjunturais, que começa a ladainha por juros altos. Esquecem de propósito e não querem nem ouvir falar na banda de 2,0% para cima ou para baixo. A fala do ex-presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, na "Entrevista da 2ª" da Folha de S.Paulo é bem ilustrativa disso.

Outra entrevista, esta do ministro Guido Mantega à Carta Capitalfunciona como excelente contraponto à série de matérias em que os jornais e revistas expuseram o choro dos rentistas. Por isso eu recomendo, também, a vocês a sua leitura.

Como demonstraram reportagens e o principal editorial deste domingo do Estadão - "Mantega ataca de novo" - os rentistas estão viúvos e desamparados, mais desarvorados do que nunca com a saída do dr. Henrique Meirelles da presidência do BC, sua substituição por Alexandre Tombini e a manutenção do ministro Guido Mantega à frente da Fazenda. Querem porque querem, exigem juros altos. E já.

Não querem nem saber de discutir e analisar como o BC funciona; em que metodologia e dados se apoia para definir a inflação; qual é a sua filosofia; porque não tem em suas metas a busca do pleno emprego, como tem o FED - o banco central dos Estados Unidos; como funcionam os BCs pelo mundo...

Rejeitam liminarmente essa discussão - e qualquer outra nessa linha e em torno disso - porque sabem que esse debate daria razão ao Ministro Mantega e aos que no Brasil se opõem à política conservadora deles, embalada numa linguagem técnica e pretensamente neutra, mas defensora dos interesses do capital financeiro e dos rentistas (leiam, também, post abaixo).


...

Um roteiro para discutir mudanças no BC


A propósito da viuvez, desamparo e desarvoramento dos rentistas (nota acima), eu gostaria que vocês lessem alguns pontos desenvolvidos mais extensamente no Dinheiro Vivo pelo jornalista Luís Nassif colocados sob os títulos "O Banco Central com Tombini" e "O clube dos amigos da inflação".

Nassif lembra que são inúmeros os problemas do nosso Banco Central (BC), o primeiro deles "o sistema emperrado de transmissão das taxas de juros no país. Cartelização no sistema bancário, distorções na tributação, spreads elevadíssimos fazem com que a demanda tenha pouca sensibilidade a movimentos pequenos na taxa Selic. Nos EUA, mudança na casa decimal já interfere nas expectativas dos agentes econômicos. Por aqui, os movimentos precisam ser violentos, para surtirem efeito."

"O BC poderia combater eventuais excessos de demanda com ferramentas tradicionais – redução de prazo de financiamento, aumento de depósito compulsório, aumento de tributação sobre operações de crédito. Com isso acabaria com o clube dos amigos da inflação", prossegue Nassif.

Consultas restritas balizam estimativa da inflação


Ele considera, ainda, muito restrito o leque de consultas do nosso BC para estimativas e cálculos da inflação, hoje limitado praticamente ao mercado financeiro. "Assim como no FED as consultas precisam ser ampliadas para associações de indústrias, de varejo, de supermercados, para pesquisas regionais mais detalhadas", defende Nassif.

O titular de Dinheiro Vivo considera, também, que "a composição do COPOM (Comitê de Política Monetária) é um anacronismo em que prevalece a opinião de um ou dois diretores beneficiados pelo acesso aos departamentos técnicos do BC."

"A indicação de Alexandre Tombini para a presidência do Banco é sinal de que o governo Dilma não pretende adotar medidas heróicas para impedir a apreciação do real. Mas, também, é sinal de que haverá um BC menos cabeça dura do que aquele que vigorou na era Henrique Meirelles" prevê.

O jornalista sugere "um conjunto relevante de aprimoramentos que poderá ser introduzido no atual regime de metas inflacionárias – pelo qual a taxa Selic é balizado de acordo com metas futuras de inflação."

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