A proposta dos bancos sai hoje, 28 de Agosto, Dia do Bancário, que é uma data muito significativa, pois o Dia do Bancário é homenagem a uma greve iniciada nessa data em 1951 e que durou 69 dias.
Além de reajuste, PLR e piso maior, bancários defendem ainda que o governo faça uma Conferência Nacional do Sistema Financeiro para discutir mesmo o papel dos bancos, que são concessão pública, têm de ter papel social e precisa haver controle social. Afinal, um setor bancário em crise pode quebrar a economia de um país se não houver transparência nem controle que previna balanços que escondam fraudes, como esses casos de manipulação de números e indicadores por grandes instituições do sistema financeiro mundial, em vários países, e que trouxeram prejuízo imenso, e até agora a sociedade está pagando a conta.
Hoje também a CUT completa 29 anos. É a maior central sindical da América Latina e congrega a maioria dos sindicatos do país, sendo responsável pela luta em favor da democracia e das liberdades, além de resgatar a cidadania aviltada e estar à frente das grandes mobilizações no país. Parabéns à CUT! Clique aqui para conhecer a plataforma da CUT para eleições 2012.
Aqui no Pará,a campanha nacional está assim nos dois bancos que têm direção geral e Matriz em Belém:
Funci Banpará, diretora da FETEC-CN e CUT.Pa, Vera Paoloni presente nas paralisações e na construção da luta e das vitórias aos bancários e bancárias do Banpará. |
Sindicalistas e funcionários da ag. Senador Lemos na paralisação de 1 hora; juntos, construindo a luta e a mobilização. |
Pauta de reivindicações do funcionalismo do BASA foi entregue ontem e dia 4 tem a 1ª rodada de negociação. |
CUT completa hoje 29 anos de muitas lutas e vitórias. Dia 20, a CUT.Pa entregou sua plataforma de reivindicações a candidatos a prefeito de Belém e vereadores. |
No BASA, ontem foi entregue a pauta de reivindicações e dia 4 acontece a 1ª rodada de negociações.
- E no Banpará, a pauta foi entregue a 6 de agosto sem qualquer manifestação do banco. Somente após uma paralisação de 1 hora na ag. Centro na sexta-feira passada 24/8, é que o presidente do banco enviou ofício ao Sindicato dos Bancários do Pará informando que o banco aguardará a negociação com a Fenaban. Mas sequer sinalizou se haverá mesa de negociação. Ontem e hoje houve paralisação em outras agências e amanhã tem assembleia específica do Banpará. Se permanecer a intransigência, a categoria para no início de setembro, mês da data-base.
E não deixe de ler o artigo publicado no Blog Espaço Aberto hoje e anteriormente publicado aqui no nosso blog:
A insensibilidade do Banpará. Que palpite mais infeliz!
Por VERA PAOLONI
As diretorias do Banpará sempre fugiram do ponto eletrônico como o diabo da cruz, tentando escapar da medida que significaria ter que respeitar a jornada e pagar verdadeiramente pelas horas extras trabalhadas. O ponto eletrônico é uma vitória da luta do movimento sindical pela jornada efetiva, contra as burlas e atentados aos direitos que o banco comete todo santo dia!
Pois agora, justo na hora de implantar o ponto eletrônico, já tendo barganhado e dilatado todos os prazos possíveis, num gesto mesquinho de vingança e falta de inteligência emocional e respeito pelo trabalhador, o banco resolve cometer três atrocidades contra o funcionalismo:
A primeira é garfar um direito tácito que está incorporado ao contrato de trabalho, que são os 15 minutos. O trabalhador tem a jornada de 6 horas e pode sair 15 minutos antes. Pela regra nova e absurda do Banpará, o trabalhador vai trabalhar as 6 horas, sem descontar os 15 minutos que já fazia jus desde que o Banpará é banco, ou seja, há 51 anos!
A segunda atrocidade do Banpará é tornar o ponto eletrônico inflexível, como se a vida e a rotina fossem inflexíveis, sem qualquer curvatura. Para a atual diretoria do banco no ato da implantação do ponto eletrônico, parece que o mundo ficou preto ou branco, 8 ou 80, sem nuances ou delicadezas: como robôs, todos têm que entrar às 8 horas e sair às 18 horas, independente se farão pausa de 1 ou 2 horas para o almoço. Esse, além de um tremendo palpite infeliz, é mais um item na cachoeira da falta de bom senso administrativo, pois se bancário entra às 8 e usa 1 hora para almoço, por que não pode sair às 17 h e sim ser obrigado a sair às 18 h? Qual a lógica? Matutando com meus botões e levando em conta que no Banpará há 82% de comissionados, a grande maioria de 8 horas e com muita gente morando longe do local de trabalho, percebo que, na prática o que vai acontecer é que após o almoço, o bancário acabe voltando ao trabalho e o banco não desembolse um único real de hora extra! É atrocidade com tramóia!
A terceira atrocidade atinge os bancários que trabalham na Sulog – Superintendência de Logística, área da Matriz que fica no bairro da Sacramenta, num território considerado pela Polícia Militar e pelos órgãos de segurança pública como de alta periculosidade, verdadeira zona vermelha, sujeita a frequentes furtos e assaltos. Obrigar todos os comissionados a sair às 18h é expor o colega ao risco e à insegurança, de forma institucionalizada. É despejar normas sem olhar as pessoas como pessoas e sim como coisas, desprovidas de alma ou sentimentos, é não dialogar e nem levar em conta o cotidiano,a rotina e até a localização da área de trabalho dos companheiros de serviço. É de uma insensibilidade e de um desrespeito tão medonhos que causam arrepio de indignação e revolta diante de uma gestão tão desfocada de sensibilidade e de gestão de pessoas, tão enrijecida e avessa a qualquer sugestão de bom senso. Que gestão mais desumana é esta, meu Deus?
Claro que cabe ação na justiça e vai ter, mas nem precisava disso. Bastava um pingo de bom senso da diretoria do banco, bastava que olhasse para as pessoas com a dignidade e o respeito que as pessoas merecem. Infelizmente, o temos visto são atos aloprados que atropelam e desorganizam a vida e a saúde dos colegas, atos desastrosos, unilaterais e autoritários, sem qualquer flexibilidade, sem vontade sequer de ouvir. Esquecem que governos vêm e vão e que a roda da vida gira pra cima e pra baixo!
Creio, colegas, que só com muita pressão e unidade é que viraremos essa mesa da intransigência e da falta de bom senso e de respeito ao próximo, de humanidade e de valorização do ser humano e do trabalhador. É no conflito que vamos instalar a democracia e levar a diretoria do Banpará a respeitar quem constrói o lucro do banco, que é o trabalhador, a trabalhadora!
Vamos à luta! Sem ela, não há a menor chance de destampar os ouvidos moucos e endurecidos de uma gestão tão insensível!
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* VERA PAOLONI é funcionária do Banpará, diretora da FETEC-CN e da CUT-Pará
Artigo também dispnonível no blog Articulação Bancária
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