terça-feira, 25 de setembro de 2012

Força da greve arranca negociação entre nosso Comando e banqueiros, em SP. Tem negociação BB e Caixa. Categoria aguarda em greve a negociação. Banpará no 22º dia de greve


O Banpará entra hoje no 22º dia de greve sem uma proposta que permita a avaliação e suspensão da greve. Tem nova negociação hoje às 14 horas. É semana de pagamento do funcionalismo do governo, de agências que normalmente estariam lotadas e que estão paralisadas, com funcionamento no autoatendimento apenas.


Como bem diz o deputado federal Cláudio Puty em artigo publicado em O Liberal deste domingo, " o Banpará adotou uma postura intransigente, recusando-se a negociar as reivindicações econômicas dos trabalhadores. Durante o governo do PT, o Banpará foi mantido como banco de fomento, numa época de privatizações desenfreadas, e se fortaleceu muito, com crescimento do patrimônio e do lucro líquido. Hoje, o Banpará é considerado o 5º melhor banco do país. Não há, portanto, nenhuma justificativa para que não abra negociações com os bancários".


Como pela força da greve forte nacional hoje tem negociação entre nosso Comando Nacional - coordenado pela ContrafCUT - e os banqueiros em São Paulo, é firmes na greve forte que aguardaremos a proposta dos banqueiros e a do Banpará. 

Se a Fenaban apresentar uma proposta decente, o Comando encaminhará a proposta às assembleias de todo o país. BB e Caixa também negociam hoje, após a Fenaban. O Banpará pode seguir essa mesma trilha e apresentar hoje sua proposta por inteiro. Que venha a proposta para acrescentar e não com aceno de retirada de direitos, como o tíquete extra que está incorporado à vida do funcionalismo do Banpará desde 2007.Pra mais, nunca pra menos!

Até à tarde de hoje! Às 14 horas, reunião no Banpará. Às 16 horas, com a Fenaban/SP e às 17 h, assembleia.
Hoje a categoria bancária entra no 8º dia de greve forte. Tem negociação com a Fenaban à tarde
E no Banpará hoje à tarde tem negociação às 14 h. Foto do ato público conjunto correios e bancários, dia 21 de setembro, promovido pela CUT.Pará.
Com vocês, o artigo do Cláudio Puty:

A justa greve dos bancários

Na semana que passou, bancários de vários estados do país entraram em greve por tempo indeterminado depois de rodadas infrutíferas de negociações com a Febraban. A pauta das reivindicações inclui aumento salarial acima da inflação, maior participação nos lucros e melhorias nas condições de trabalho. Os bancários querem reajuste de 10,25% (5% de aumento real) e piso salarial de R$ 2.416,38, entre outras coisas. Os bancos ofereceram apenas um reajuste linear de 6% (0,58% acima da inflação).

Segundo a Confraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), a paralisação já atingiu 33% das agências bancárias do país.

A posição dos bancos de conceder esse reajuste pífio aos seus trabalhadores é injustificável. No início do ano, as maiores instituições financeiras do país anunciaram lucros recordes em 2011. O setor bancário, representado por 25 bancos, foi o que registrou o maior volume de lucro entre as empresas de capital aberto – R$ 49,4 bilhões, crescimento de 14,48% em relação a 2010, segundo levantamento da consultora Economatica. Mas os bancos argumentam que em 2012, em função do agravamento da crise econômica e da queda dos juros, os ganhos serão menores e que, além disso, os bancários já tiveram aumentos em anos anteriores. Trata-se de uma monumental cortina de fumaça.

No primeiro semestre deste ano, o lucro líquido dos sete principais bancos do país somou R$ 25,8 bilhões, representando um crescimento de 1,13% em relação a igual período de 2011. Além disso, os bancos brasileiros ganharam quase 50% a mais do que os bancos norte-americanos, mesmo depois da queda da taxa de juros Selic e da iniciativa do governo de baixar os juros dos bancos públicos para forçar a competitividade do setor. De acordo com um levantamento da Economatica encomendado pelo Estadão.com., no segundo trimestre de 2012 os bancos brasileiros tiveram um retorno de 11,31% de seu patrimônio, enquanto que, nos Estados Unidos, o retorno das instituições financeiras foi de 7,68%. E, mesmo baixando suas taxas de juros, o Banco do Brasil teve um retorno de 20% de seu patrimônio líquido entre abril e junho, enquanto que Bradesco e Itaú tiveram retorno médio de 18%. O que mostra que há espaço para mais redução de juros e do spread bancário para se combater a crise, além de aumentos salariais para os funcionários, sem que o lucro dos bancos seja comprometido.

O lucro dos bancos cresceu mais de dez vezes em uma década – de R$ 4 bilhões em 2001 para R$ 50 bilhões em 2011 – e teve como um dos pilares o enxugamento de postos de trabalho no setor, devido ao processo de reestruturação produtiva imposto pelo modelo neoliberal a partir dos anos 1990 – leia-se tercerização. Segundo um estudo do Dieese, o total de 508 mil bancários existentes hoje representa apenas 69,4% do que o setor tinha em 1990 (732 mil), embora esse número tenha crescido durante a última década. E, nos primeiros três meses de 2012, o ritmo de abertura de vagas no setor caiu 83,3%, também segundo o Dieese. 

Tal situação se reflete nos salários dos bancários: nos últimos oito anos, eles tiveram 13,9% de aumento real, mas, apesar disso, a média salarial da categoria no mesmo período cresceu apenas 3,6% – de R$ 4,2 mil em 2004 para R$ 4,4 mil em 2011. A explicação é que a “reengenharia” trocou profissionais com salários mais altos por novos empregados com remuneração menor.
Os bancários também reclamam do assédio moral. De acordo com a Contraf, 66% da categoria sofrem com cobrança abusiva, humilhação e falta de reconhecimento por parte de seus superiores. Nem bancos oficiais escapam a essa prática: em Santa Catarina , o Ministério Público do Trabalho entrou com uma Ação Civil Pública contra o Banco do Brasil de Concórdia por assédio moral contra empregados com mais de 30 anos de casa. Se condenado, o banco poderá ter que pagar multa de mais de R$ 1 milhão.

E aqui no Pará, o Banpará adotou uma postura intransigente, recusando-se a negociar as reivindicações econômicas dos trabalhadores. Durante o governo do PT, o Banpará foi mantido como banco de fomento, numa época de privatizações desenfreadas, e se fortaleceu muito, com crescimento do patrimônio e do lucro líquido. Hoje, o Banpará é considerado o 5º melhor banco do país. Não há, portanto, nenhuma justificativa para que não abra negociações com os bancários. 

(*) Deputado federal (PT-PA)

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