terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Ética e compromisso: perfil que AEBA indica para nova direção do banco da Amazônia

A 2 de dezembro, a AEBA enviou carta à presidenta Dilma, sugerindo perfil para nova direção do Banco da Amazônia: que tenha perfil técnico e experiência profissional. Que veja o lucro finmanceiro e o lucro social. Tenha compromisso ético com a sociedade e a missão do Banco da Amazônia. Compromisso com a ecologia, clientes e funcionalismo.

Leia a carta na íntegra, a segui
r.

Senhora Presidenta,

A Associação dos Empregados do Banco da Amazônia – AEBA, entidade com
personalidade jurídica que congrega os empregados do Banco da Amazônia, cujos objetivos,
dentre outros, é lutar em defesa da Região Amazônica e pelo fortalecimento de seu banco, vem
à presença de Vossa Excelência expor, para ao final, solicitar o seguinte.

1) O Banco da Amazônia necessita passar por mudanças substanciais, no sentido de exercer com melhor eficiência e eficácia, seu papel de banco fomentador do desenvolvimento da região, caminhando em sintonia com as novas políticas sociais implementadas recentemente em nosso País.

2) Esse processo de mudança, para obter resultados satisfatórios, sem desperdício de recursos, deverá ser articulado com as forças vivas da região – associações de classe, partidos políticos, inclusive universidades – e com os governos estaduais e municipais, além de outras instituições governamentais e não governamentais sediadas na região, na elaboração de programas compartilhados de desenvolvimento.

3) Atualmente, o Banco possui baixíssima capilaridade para o crédito e atividades de fomento, com uma reduzida rede operacional na região, se considerarmos seu papel de banco social. Nos 790 municípios que integram, hoje, a Amazônia Legal, o Banco conta com, apenas, 115 agências, cobrindo, assim, menos de 15% dos municípios.

Situação muito insignificante para quem tem a missão de alavancar o desenvolvimento regional. Infelizmente, segundo um raciocínio predominante, os demais municípios não apresentam viabilidade econômico-financeira para instalação de uma agência bancária.

4) A função primordial do banco de desenvolvimento é a de corrigir desequilíbrios regionais, e não a de agravá-los, como vem ocorrendo atualmente. Como banco social, é exatamente nesses espaços geográficos (municípios excluídos), que mais se torna necessária e importante a presença do Banco da Amazônia. Por isso, é imprescindível dotar o Banco de condições que lhe assegurem a necessária capilaridade, aproximando-o das comunidades mais carentes. O certo é que o Banco pode contribuir para mudar a história dos indicadores sociais da região, através da democratização do crédito. É uma questão de decisão, ação e reengenharia organizacional.

5) Como se sabe, as políticas de “desenvolvimento” - equivocadas ou intencionais – arquitetadas ao longo dos anos para a Amazônia fizeram com que as elites dirigentes do País (governos motivados por pressões e interesses internacionais etc), contraíssem uma volumosa dívida social para com a Região, pelo retrocesso social, ambiental e econômico a que foi submetida.

6) Por outro lado, o Banco necessita se aparelhar para ser o agente financeiro preferencial
das transformações que a região deverá operar em sua infra-estrutura e na implantação
de novos projetos econômicos, sociais e ambientais previstos para a década que se inicia. A par disso, o Banco deverá participar, ativamente, dos debates internacionais sobre a Amazônia, exercendo, com apoio dos governos, da bancada regional e da sociedade civil, ação proativa às grandes mudanças/transformações que estão ocorrendo.

Expostas essas considerações ligadas ao debate e a análise das questões do desenvolvimento, esta Associação entende que, para dirigir o Banco da Amazônia, alguns requisitos são indispensáveis e, por isso, devem constituir o perfil de novos dirigentes a serem indicados, tais como:

a) Possuir capacitação técnica e experiência profissional. Não basta o indicado ser um competente executivo de banco. Esse executivo, normalmente, só consegue ver o lucro/resultado financeiro, perdendo de vista a dimensão/responsabilidade social da instituição. O lucro financeiro constitui um dos itens importantes a ser perseguido, porque serve para remunerar os acionistas da empresa. Mas, o mais relevante é o lucro social. Seu impacto positivo no progresso social da região, principalmente no processo de inclusão social, na redução das desigualdades intra-regional e inter-regional etc.

b) Possuir responsabilidade e sensibilidade social, em relação ao público externo (clientes/sociedade) e ao público interno (valorizar os profissionais/colaboradores da instituição, possibilitando melhores condições de vida, trabalho e segurança, mantendo-os tecnicamente atualizados, engajados, produtivos e felizes).

c) Possuir comprometimento ético com a sociedade. Analisar, permanentemente, o impacto social de suas decisões. Ter comprometimento com a transparência e lisura da gestão. Pois, os recursos geridos são da sociedade e a ela se deve prestar conta.

d) Possuir compromisso com a imagem e perenidade da Instituição (Banco da Amazônia). O Banco é uma instituição necessária ao meio ambiente amazônico, para ajudar a promover as mudanças sociais de que a Região precisa. Por isso, sua preservação deve constituir uma questão estratégica nacional, um direito da sociedade e um compromisso de governo e de seus dirigentes.

e) Possuir comprometimento com a ecologia (preservação do meio-ambiente/educação ambiental). Tema que preocupa o mundo inteiro.

Enfim, com esses perfis pugnamos que as mudanças sentidas em todo o Brasil possam se transformar em realidade também, a partir da condução do Banco da Amazônia, sob nova
direção.

Na certeza de contar com sua compreensão, auguramos-lhe pleno êxito no desempenho
de seu mandato, para continuidade do desenvolvimento econômico e social experimentado por
esta Nação, nesses últimos 8 anos.

Atenciosamente,

Sérgio Trindade
Presidente

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