Carta do Pará em defesa do fortalecimento do Banpará como patrimônio público do povo do Pará
- Para que continue cada vez mais forte, mais público e mais indutor do desenvolvimento do povo do Pará, é necessário investir e priorizar o fortalecimento do Banpará, modernizar a tecnologia, oferecer mais e melhores produtos a custos acessíveis à população, melhorar a qualidade no ambiente de trabalho e de vida dos bancários e bancárias, e isso significa:
2) Que o Banpará financie as políticas públicas que melhorem a qualidade de vida da população, oferecendo o crédito e o microcrédito para garantir inclusão com geração de trabalho, emprego e renda às parcelas mais necessitadas da população paraense.
3) Como é um patrimônio do povo paraense, que na hipótese de venda/incorporação/privatização do Banpará, esta seja precedida de plebiscito, medida a ser adotada via Assembleia Legislativa do Pará (Alepa);
4) Recriar a Diretoria de Recursos de Terceiros – DIRET ou realocar suas atribuições na atual estrutura do banco, com o foco de buscar recursos federais a serem aplicados nas políticas de desenvolvimento através do Banpará;
5) Considerando que o Banpará é um banco público, que governo, direção do banco, parlamentares e movimento sindical busquem, junto à União, condições para que o Banpará possa fazer captação de recursos federais, com celebração de convênios aos programas federais, hoje exclusivo do Banco do Brasil;
6) Que o Banpará possa se habilitar a também ser agente financeiro do programa “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal;
7) Ampliar o enraizamento do banco nos municípios paraenses, crescendo a poupança do Estado, em especial nas áreas sem agência bancária;
8) Manter as contas do governo do Estado e das prefeituras que já trabalham com o Banpará e recuperar, ao banco,s contas de outras prefeituras, inclusive as que foram repassadas a outros Bancos, como as contas da Prefeitura de Belém;
9) Que seja encaminhado pelo movimento sindical um documento aos candidatos/candidatas a prefeito de todos os municípios paraenses, para que busquem fechar parcerias com o Banpará como agente financeiro prioritário;
10) Que o Banpará fortaleça a carreira e salário de seu funcionalismo, com PCCS -Plano de Cargos e Salários adequados à realidade de mercado e ao crescimento funcional;
11) Que o Banpará promova concurso público para dotar as agências com a quantidade de pessoal adequada, bem como ampliar a geração de emprego;
12) Que seja permanente a campanha em Defesa do Fortalecimento do Banpará como um banco público do povo do Pará, inclusive com campanhas periódicas.
Belém (Pa), 19 de maio de 2012.
ContrafCUT – Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
FETEC-CN – Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito da Região Centro-Norte Seeb-PA – Sindicato dos Bancários do Pará
Afbepa – Associação dos Funcionários do Banpará.
Ao final do seminário, todas as tribos e cores unificadas em defesa do fortalecimento do Banpará! |
Parte da plenária que ouviu e debateu saídas para que o banpará seja cada vez mais forte e sem os fantasmas de venda/privatização/incorporação. |
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Movimento sindical unificado na defesa dos bancos públicos
A ContrafCUT - Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, a FETEC-CN – Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito da região Centro-Norte, o Seeb-PA – Sindicato dos Bancários do Pará e a Afbepa – Associação dos Funcionários do Banpará, promoveram neste sábado um Seminário em Defesa do Fortalecimento do Banpará.
O evento foi realizado no Auditório do TRT-Pa (Tribunal Regional do Trabalho, seção Pará) e contou com a presença de parlamentares , centrais sindicais, bancários, urbanitários, do diretor de Crédito do Banpará, Jorge Antunes, do secretário geral do Sindicato dos Bancários de Brasília, André Nepomuceno e do diretor do Sindicato dos Bancários de são Paulo, irinaldo Venâncio Barros, além do vice-presidente da ContrafCUT, Carlos Souza.
Compareceram e se compromissaram com a defesa do Banpará os deputados Alfredo Costa e Edilson Moura (PT), Edmilson Rodrigues (PSOL), e as representações da vereadora Milene Lauande (PT) e Cláudio Puty (PT).
Valoroso companheiro Ronald Romeiro, presidente do Sindicato dos Urbanitários, sempre um aliado de primeira hora na luta pela manutenção do patrimônio público. |
Deputado Alfredo Costa (PT): pôs seu mandato á diposição das lutas pelo fortalecimento do Banpará. |
Deputado Edilson Moura (PT): "Só tenho uma conta e é no Banpará. Pôs o mandato à disposição e denunciou que o governo não poderia ter exigido R$ 66 milhões de dividendos do banco. |
Deputado Edmilson Rodrigues (PSOL): "no Pará, se temos que vestir uma camisa, é a do Banpará". |
Diretor de Crédito do Banpará, Jorge Antunes: destacou o crescimento do banco e a estratégia de ter atuação em municípios sem bancos. |
O café da manhã, antes do início do Seminário. |
Por que o fortalecimento do Banpará é campanha permanente
Em processo contínuo e sistemático de fortalecimento desde que precisou ir ao PROES - Programa de incentivo à Redução da Presença do Estado, lançado pelo governo federal em 1996, o Banco do Estado do Pará S.A.- Banpará ainda tem em seu horizonte a perspectiva sempre recorrente da privatização ou incorporação.
Enxugar a presença de bancos públicos estaduais e financiar esse enxugamento estava presente na concepção da Medida Provisória que criou o PROES e a indução aos estados era clara: a União financiaria 100% o custo do ajuste caso os estados quisessem se desfazer de seus bancos. Ou financiaria em 50%, se os governos optassem pela manutenção do controle da instituição financeira, esta última, felizmente e pela luta dos bancários e sociedade, foi a solução Banpará. Os 50% restantes foram custeados pelo povo do Pará, mediante empréstimo de 30 anos autorizado pela ALEPA – Assembléia Legislativa do Estado do Pará.
Essa forte pressão do então governo FHC sobre os Estados deu resultado: sumiram do mapa do sistema financeiro 23 dos 27 bancos estaduais. O discurso para defender a privatização em 1994/1995 é que havia muito banco público. Àquela altura o país tinha 240 bancos e hoje tem menos de 170. O sistema financeiro ficou muito mais concentrado. Hoje somos um país com mais de 190 milhões de habitantes e menos de 170 bancos. Os EUA têm mais de 7 mil bancos, a Alemanha mais de 3 mil bancos. E no Norte do Brasil, o único banco estadual é o Banpará. Em Brasília, existe o regional BRB – Banco Regional de Brasília.
No ano em que completa 51 anos de existência, tem lucro bom para um banco de seu porte e amplia a presença nos municípios. Defender o fortalecimento do Banpará é defender a autonomia e a soberania do Povo do Pará, que tem o direito de ter um banco como instrumento de crédito e financiamento para a inclusão social.
Com lucros pequenos desde a ida ao PROES, em 1998, ano de seu saneamento e consequente capitalização, a partir de 2007 o Banpará salta da média de lucro de R$ 6 milhões de reais para R$ 36 milhões e vem crescendo e aumentando seu patrimônio em todos esses anos, especialmente em 2011, que contabiliza um lucro de quase R$125 milhões e projetando lucro semelhante para este 2012.
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Agradecimentos - A luta continua e vai exigir esgorço unificado e ação competente, mobilizadora. Nosso muito obrigada aos dirigentes dos sindicatos de São Paulo (Irinaldo) e Brasília (André), à companheira Raquel Kacenilkasm que não pode estar aqui, mas gravou um vídeo contando como foi a resistência na Nossa Caixa Nossa Banco. Nosso obrigada também ao vice-pte da Contraf, aos bancários que estiveram no seminário, aos paralamentares e suas representações, às direções da FETEC, Afbepa. Seeb-Pará, à CUT, Urbanitários, Aeba, Intersiondical e a todos e todas que lutam permanentemente contra privatizações, concessões e incorporações.
Longa vida ao Banpará!
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