segunda-feira, 21 de maio de 2012

Carta do Pará em defesa do fortalecimento do Banpará como patrimônio público do povo do Pará

Eis a síntese de propostas construídas no Seminário de Fortalecimento do Banpará, realizado no sábado 19 e construído conjuntamente por ContrafCUT, Fetec-CN, Sindicato dos bancários do Pará e Afebpa, com a participação da direção do banco, parlamentares do PT, sindicatos de bancários de Brasília e São Paulo, CUT, Intersindical, Aeba e Sindicato dos Urbanitários, além da categoria bancária do Banpará:

Carta do Pará em defesa do fortalecimento do Banpará como patrimônio público do povo do Pará
Jorge Antunes, diretor de Crédito do Banpará. Rosalina Amorim, presidenta do Seeb-Pa. Carlos Souza, vice-presidente da ContrafCUT. Kátia Furtado, presidenta da Afbepa. Vera Paoloni, diretora da FETEC-CN.
  •   Para que continue cada vez mais forte, mais público e mais indutor do desenvolvimento do povo do Pará, é necessário investir e priorizar o fortalecimento do Banpará, modernizar a tecnologia, oferecer mais e melhores produtos a custos acessíveis à população, melhorar a qualidade no ambiente de trabalho e de vida dos bancários e bancárias, e isso significa: 
 1) Como medida de fortalecimento efetivo do Banpará, que o governo do Pará devolva ao caixa do banco pelo menos a metade dos dividendos que são pagos ao governo do Pará, já que este ano o este percentual não retornou para o Banpará – e foram pagos R$ 66 milhões, ou seja, metade do lucro;

2) Que o Banpará financie as políticas públicas que melhorem a qualidade de vida da população, oferecendo o crédito e o microcrédito para garantir inclusão com geração de trabalho, emprego e renda às parcelas mais necessitadas da população paraense.

3) Como é um patrimônio do povo paraense, que na hipótese de venda/incorporação/privatização do Banpará, esta seja precedida de plebiscito, medida a ser adotada via Assembleia Legislativa do Pará (Alepa);

4) Recriar a Diretoria de Recursos de Terceiros – DIRET ou realocar suas atribuições na atual estrutura do banco, com o foco de buscar recursos federais a serem aplicados nas políticas de desenvolvimento através do Banpará;

 5) Considerando que o Banpará é um banco público, que governo, direção do banco, parlamentares e movimento sindical busquem,  junto à União, condições para que o Banpará possa fazer captação de recursos federais, com celebração de convênios aos programas federais, hoje exclusivo do Banco do Brasil;

6) Que o Banpará possa se habilitar a também ser agente financeiro do programa “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal;

7) Ampliar o enraizamento do banco nos municípios paraenses, crescendo a poupança do Estado, em especial nas áreas sem agência bancária;

8) Manter as contas do governo do Estado e das prefeituras que já trabalham com o Banpará e recuperar, ao banco,s contas de outras prefeituras, inclusive as que foram repassadas a outros Bancos, como as contas da Prefeitura de Belém;

9) Que seja encaminhado pelo movimento sindical um documento aos candidatos/candidatas a prefeito de todos os municípios paraenses, para que busquem fechar parcerias com o Banpará como agente financeiro prioritário;

10) Que o Banpará fortaleça a carreira e salário de seu funcionalismo, com  PCCS -Plano de Cargos e Salários adequados à realidade de mercado e ao crescimento funcional;

11) Que o Banpará promova concurso público para dotar as agências com a quantidade de pessoal adequada, bem como ampliar a geração de emprego;

 12) Que seja permanente a campanha em Defesa do Fortalecimento do Banpará como um banco público do povo do Pará, inclusive com campanhas periódicas.

Belém (Pa), 19 de maio de 2012.

ContrafCUT – Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro

FETEC-CN – Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito da Região Centro-Norte Seeb-PA – Sindicato dos Bancários do Pará

Afbepa – Associação dos Funcionários do Banpará.
Ao final do seminário, todas as tribos e cores unificadas em defesa do fortalecimento do Banpará!

Diretor de Crédito do Banpará, Jorge Antunes; Rosalina Amorim (Presidneta Seeb-Pa); Carlos Souza (Vice-pte da ContrafCUT), Kátia Furtado (presidenta Afbepa) e Vera Paoloni (Fetec-CN): a primeira mesa de debates.
Irinaldo Venâncio Barros (Seeb-SP), Jorge Antunes (Banpará), Érica Fabíola (Seeb-Pa), Carlos Souza (ContrafCUT), Cristina Quadros (Afbepa), Heidiany Katrine Moreno (Seeb-Pa) e André Nepomuceno,(sec. geral Seeb-Brasília): a segunda mesa de debates, no sábado 19.
Priscila e Margareth, do Banpará de Rondon e Marabá, região de atuação da compa Heidiany Katrine: as duas enfrentaram 12 horas de ônibus para participarem do seminário. Parabéns às companheiras pela bela disposição de luta!

Parte da plenária que ouviu e debateu saídas para que o banpará seja cada vez mais forte e sem os fantasmas de venda/privatização/incorporação.
  ***

Movimento sindical unificado na defesa dos bancos públicos

A ContrafCUT - Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, a FETEC-CN – Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito da região Centro-Norte, o Seeb-PA – Sindicato dos Bancários do Pará e a Afbepa – Associação dos Funcionários do Banpará, promoveram neste sábado um Seminário em Defesa do Fortalecimento do Banpará.

O evento foi realizado no Auditório do TRT-Pa (Tribunal Regional do Trabalho, seção Pará) e contou com a presença de parlamentares , centrais sindicais, bancários, urbanitários,  do diretor de Crédito do Banpará, Jorge Antunes, do secretário geral do Sindicato dos Bancários de Brasília, André Nepomuceno e do diretor do Sindicato dos Bancários de são Paulo, irinaldo Venâncio Barros, além do vice-presidente da ContrafCUT, Carlos Souza.

Compareceram e se compromissaram com a defesa do Banpará os deputados Alfredo Costa e Edilson Moura (PT), Edmilson Rodrigues (PSOL), e as representações da vereadora Milene Lauande (PT) e Cláudio Puty (PT).

Valoroso companheiro Ronald Romeiro, presidente do Sindicato dos Urbanitários, sempre um aliado de primeira hora na luta pela manutenção do patrimônio público.


Carlos Souza, vice-presidente da ContrafCUT: "a luta em defesa do Banpará é uma luta nacional e a ContrafCUT está na linha de frente". Carlos denunciou a pressão por metas no BB e confirmou o apoio da confederação á luta pró Banpará.
Antonio Carlos, representou a CUT e reafirmou que para a Central a luta pela manutenção dos bancos públicos é fundamental. Também se manifestaram a favor dessa luta, o diretor Marcos Soares, da Intersindical e Maron George, vice-pte da Aeba.

Deputado Alfredo Costa (PT): pôs seu mandato á diposição das lutas pelo fortalecimento do Banpará.

Deputado Edilson Moura (PT): "Só tenho uma conta e é no Banpará. Pôs o mandato à disposição e denunciou que o governo não poderia ter exigido R$ 66 milhões de dividendos do banco.

Deputado Edmilson Rodrigues (PSOL): "no Pará, se temos que vestir uma camisa, é a do Banpará".

Irinaldo Venãncio de Barros, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo: relatou a luta e resistência da Nossa Caixa Nosso Banco, que foi incorporada ao BB. E colocou o Seeb-SP à disposição da luta do Banpará.
Diretor de Crédito do Banpará, Jorge Antunes: destacou o crescimento do banco e a estratégia de ter atuação em municípios sem bancos.

Secretário-geral do Sindicato dos Bancários de Brasília, André Nepomuceno destacou a luta e resistência do BRB para não ser privatizado, o fortalecimento do banco e a melhoria nas condições d etrabalho e salário, após a pressão pela venda/incorporação.

O café da manhã, antes do início do Seminário.

Por que o fortalecimento  do Banpará é campanha permanente
 Em processo contínuo e sistemático de fortalecimento desde que precisou ir ao PROES - Programa de incentivo à Redução da Presença do Estado, lançado pelo governo federal em 1996, o Banco do Estado do Pará S.A.- Banpará ainda tem em seu horizonte a perspectiva sempre recorrente da privatização ou incorporação.

Enxugar a presença de bancos públicos estaduais e financiar esse enxugamento estava presente na concepção da Medida Provisória que criou o PROES e a indução aos estados era clara: a União financiaria 100% o custo do ajuste caso os estados quisessem se desfazer de seus bancos. Ou financiaria em 50%, se os governos optassem pela manutenção do controle da instituição financeira, esta última, felizmente e pela luta dos bancários e sociedade, foi a solução Banpará. Os 50% restantes foram custeados pelo povo do Pará, mediante empréstimo de 30 anos autorizado pela ALEPA – Assembléia Legislativa do Estado do Pará.

Essa forte pressão do então governo FHC sobre os Estados deu resultado: sumiram do mapa do sistema financeiro 23 dos 27 bancos estaduais. O discurso para defender a privatização em 1994/1995 é que havia muito banco público. Àquela altura o país tinha 240 bancos e hoje tem menos de 170. O sistema financeiro ficou muito mais concentrado. Hoje somos um país com mais de 190 milhões de habitantes e menos de 170 bancos. Os EUA têm mais de 7 mil bancos, a Alemanha mais de 3 mil bancos. E no Norte do Brasil, o único banco estadual é o Banpará. Em Brasília, existe o regional BRB – Banco Regional de Brasília.

No ano em que completa 51 anos de existência, tem lucro bom para um banco de seu porte e amplia a presença nos municípios. Defender o fortalecimento do Banpará é defender a autonomia e a soberania do Povo do Pará, que tem o direito de ter um banco como instrumento de crédito e financiamento para a inclusão social.

Com lucros pequenos desde a ida ao PROES, em 1998, ano de seu saneamento e consequente capitalização, a partir de 2007 o Banpará salta da média de lucro de R$ 6 milhões de reais para R$ 36 milhões e vem crescendo e aumentando seu patrimônio em todos esses anos, especialmente em 2011, que contabiliza um lucro de quase R$125 milhões e projetando lucro semelhante para este 2012.

 ***
 Agradecimentos  - A luta continua e vai exigir esgorço unificado e ação competente, mobilizadora. Nosso muito obrigada aos dirigentes dos sindicatos de São Paulo (Irinaldo)  e Brasília (André), à companheira Raquel  Kacenilkasm que não pode estar aqui, mas gravou um vídeo contando como foi a resistência na Nossa Caixa Nossa Banco. 


Nosso obrigada também ao vice-pte da Contraf, aos bancários que estiveram no seminário, aos paralamentares e suas representações, às direções da FETEC, Afbepa. Seeb-Pará, à CUT, Urbanitários, Aeba, Intersiondical e a todos e todas que lutam permanentemente contra privatizações, concessões e incorporações.

 Longa vida ao Banpará!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...